O mês de abril de 2025 será lembrado por muitos consumidores da região de Campinas (SP) devido ao expressivo aumento nos preços da cesta básica. De acordo com o levantamento feito pelo Observatório PUC-Campinas, o valor da cesta chegou a impressionantes R$ 834,01, marcando uma alta de 4,12% em relação ao mês anterior e alcançando o maior preço já registrado desde o início das análises, em setembro de 2022. O principal responsável por essa elevação foi o preço da batata, que subiu 56,96% neste mesmo período.
Causas da alta nos preços
Além da batata, outros itens também contribuíram para o aumento da cesta básica, como o tomate e o café. No acumulado do ano, o preço do café já havia crescido 39,11% até abril, enquanto o tomate viu um aumento estrondoso de 121,75%. Este fenômeno não é isolado, pois o tomate já havia registrado uma alta de 36,76% no mês de março, quando a cesta básica atingiu um recorde anterior de R$ 801,04.
O professor Pedro de Miranda Costa, do Observatório PUC-Campinas, explica que a alta dos preços da batata é uma recuperação pontual após uma queda significativa. “Houve uma certa redução da oferta por questões climáticas, especialmente em função das chuvas, mas isso é parte da recuperação do preço que já estava em baixa anteriormente”, comenta. O tomate, por sua vez, enfrenta um cenário de altas consecutivas desde janeiro, com a oferta afetada pela saída de alguns produtores devido aos baixos preços no passado.
Expectativas para o futuro
O especialista acredita que a partir de maio a situação do preço do tomate pode começar a se estabilizar, o que é uma notícia positiva para os consumidores. Entretanto, no caso do café, a situação é um pouco mais complexa. A alta dos preços se deve não apenas à redução da oferta no Brasil, mas também a fatores externos, como a diminuição da produção no Vietnã. “O café é um produto sensível a variações internacionais. A redução na produção está em processo de recuperação, mas as oscilações de preços são esperadas até junho e julho”, avalia Costa.
Diferentes movimentos nos preços da cesta
Outros itens que também registraram alta foram a farinha e o feijão, com aumentos de 5,35% e 3,09%, respectivamente. Em contrapartida, os preços da banana e do arroz apresentaram queda, de 5,33% e 1,34%. A listagem de itens que subiram de preço mostra o quanto a situação está complicada para o bolso do consumidor em Campinas:
- Batata: alta de 56,96%
- Tomate: alta de 18,22%
- Café: alta de 6,91%
- Farinha: alta de 5,35%
- Feijão: alta de 3,09%
- Açúcar: alta de 2,42%
- Leite: alta de 0,54%
- Carne: alta de 0,06%
Por outro lado, os itens que tiveram redução de preço incluem:
- Banana: -5,33%
- Arroz: -1,34%
- Manteiga: -0,77%
- Óleo: -0,74%
- Pão francês: -0,56%
Comparativo com outras capitais
Na comparação com outras 17 capitais brasileiras, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Campinas apresenta a segunda maior variação no preço da cesta básica, apenas atrás de Porto Alegre, onde a alta foi de 5,38%. No acumulado do ano, a cesta básica em Campinas já apresenta um aumento de 12,16%, superando todas as capitais analisadas.
Essas oscilações de preços exercem uma pressão significativa sobre os consumidores, que se veem obrigados a ajustar seus orçamentos para lidar com os aumentos. A situação reforça a necessidade de atenção com as previsões do mercado e as estratégias de aquisição de alimentos que os moradores de Campinas precisarão considerar nos próximos meses.
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