O novo Papa, Robert Francis Prevost, agora conhecido como Leão XIV, traz consigo uma rica experiência como missionário e um forte compromisso com a dignidade humana, especialmente no que tange à situação dos migrantes. O reconhecimento de sua trajetória e suas convicções foi ressaltado pelo padre Anthony Pizzo, prior provincial dos agostinianos do Centro-Oeste e uma das vozes que têm acompanhado de perto a vida e o trabalho do Papa.
Um homem íntegro e sensível
O padre Pizzo, que conhece Prevost há mais de cinquenta anos, descreve-o como um homem de integridade inabalável, respeitoso com a dignidade das pessoas e sempre disposto a ouvir com atenção. São características que o tornaram uma figura respeitada tanto entre os fiéis quanto entre os colegas religiosos. Durante seu tempo em Chicago, onde o Papa trabalhou como padre e provincial, ele já demonstrava ser um defensor das questões sociais, particularmente a situação dos imigrantes que frequentemente atravessam fronteiras em busca de uma vida melhor.
Prevost, com raízes na América do Sul, onde viveu por uma longa parte de sua vida, tem uma compreensão profunda dos desafios enfrentados por aqueles que migram. O facto de ser de Chicago, uma cidade vibrante e multicultural, apenas reforça sua sensibilidade para com as dificuldades que todos os migrantes enfrentam, especialmente os latinos provenientes de países como México e outros da América Latina.
A mensagem do novo Papa
Na data de sua eleição, o Papa Leão XIV fez um apelo à unidade da Igreja, enfatizando a importância de responder às necessidades da sociedade com generosidade e compaixão. Em suas falas, ele expressou uma clara intenção de continuar a obra iniciada por seus antecessores, fazendo ecoar o legado de Leão XIII, que em 1891 publicou a encíclica Rerum Novarum, que abordou pela primeira vez a questão social, especialmente no que diz respeito ao trabalho e à justiça social.
O padre Pizzo aponta que a experiência de Prevost no Peru o tornou especialmente apto a “ler os corações e as mentes dos migrantes”, colocando-se na posição de um líder que entende as necessidades de todos os fiéis, independente de sua origem. Sua compreensão dos desafios que as pessoas enfrentam em situação de migração é essencial para um papado que se propõe a ser inclusivo e solidário.
A relação com a diocese de Chiclayo
Durante seu tempo como bispo em Chiclayo, no Peru, Prevost foi reconhecido por sua habilidade em estabelecer laços profundos com a comunidade. O padre Pizzo recorda como o Papa construiu uma relação respeitosa e afetuosa com sua diocese, sendo visto como um verdadeiro pai e pastor. “Ele absorveu e integrou as experiências das pessoas em sua própria vida”, afirma Pizzo. Essa conexão é um dos muitos outros aspectos que tornam o Papa Leão XIV uma figura admirada e respeitada, não só no Peru, mas em toda a América Latina.
A importância da evangelização
Prevost traz consigo um lema episcopal significativo: In Illo uno unum, que ressalta a unidade dos cristãos através de Cristo. O padre Pizzo acredita que ele continuará a promover a “alegria do Evangelho”, uma mensagem que fala diretamente ao coração das pessoas e que é especialmente relevante em tempos de incerteza e divisão.
Com sua experiência e compromisso com os valores fundamentais da doutrina cristã, o Papa Leão XIV está pronto para liderar a Igreja em um momento crucial, fortemente focado em acolher e destacar a dignidade das pessoas, especialmente dos migrantes. Sua abordagem pragmática promete trazer uma nova energia à evangelização, integrando a fé cristã na vida cotidiana das pessoas e construindo pontes de entendimento e compaixão.
A trajetória do Papa Leão XIV reafirma a importância do acolhimento e do respeito pela dignidade humana, proporcionando uma mensagem poderosa em um mundo que muitas vezes enfrenta desafios de exclusão e indiferença.