O Banco Neon, que recentemente atingiu uma avaliação de US$ 1,4 bilhão e atraiu investidores renomados como General Atlantic e BBVA, está iniciando uma nova era de crescimento. O CEO Fernando Miranda, que assumiu o comando da fintech em dezembro, classifica essa fase como a “terceira fase” da empresa, que busca dobrar seu tamanho em apenas dois anos. A estratégia envolve a introdução de novos produtos e a ampliação da clientela, especialmente para classes de renda superiores.
Foco na classe B- e novos produtos
Miranda explicou que a fintech pretende “subir um pouco na pirâmide de renda”, focando na classe B-, que inclui clientes como motoristas de aplicativo. A equipe do Banco Neon está desenvolvendo um cartão específico para esse novo perfil de cliente, o que deve ampliar significativamente o alcance e a participação de mercado da empresa.
Uma trajetória de crescimento acelerado
Fundada em 2016, a organização priorizou o crescimento em detrimento da rentabilidade até 2021. No entanto, com a alta nos juros, a fintech precisou reavaliar sua estratégia, tornando-se mais focada na geração de receitas e diversificando seus produtos além de contas e cartões. Miranda afirmou que o “breakeven”, ou seja, o início da lucratividade, está previsto para o final de 2024.
Equilíbrio entre crescimento e lucratividade
Nesta nova fase, o Banco Neon busca um equilíbrio entre crescimento e lucro. Em 2024, a fintech internalizou a administração de sua carteira de cartões, que anteriormente estava sob a gestão do banco BV. Além disso, já adquiriu uma financeira para obter a licença de emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), alcançando um montante de R$ 4,9 bilhões na emissão desses títulos.
Revitalização da carteira de clientes
Com uma base de 32 milhões de clientes, sendo 10 milhões ativos, o CEO expressou a intenção de “chacoalhar o cliente inativo”. Essa revitalização é fundamental para aumentar o engajamento e a utilização dos serviços oferecidos pela fintech.
Consignado e Open Banking como apostas estratégicas
Um dos principais focos do Banco Neon nessa nova fase é o crescimento do crédito consignado. Embora atualmente represente menos de 20% da carteira do banco, Miranda prevê que o mercado poderá crescer dez vezes com as novas regulamentações. Ele ressalta que a equipe está preparada, mas cautelosa, aguardando a finalização de alguns detalhes antes de avançar plenamente.
Além disso, a fintech está apostando no Open Banking. Em março, recebeu autorização do Banco Central para atuar como Iniciador de Transação de Pagamento (ITP) via Pix, o que deve aumentar significativamente o relacionamento entre os produtos do Neon e outros serviços financeiros. Miranda destacou que a fintech já conta com 400 mil consentimentos de dados no sistema de Open Banking e a partir do meio do ano, espera-se o início da implementação de casos de uso práticos.
Oportunidades para os negativados
Miranda ainda enfatizou que a política binária dos bancos convencionais tem gerado uma exclusão de muitos potenciais clientes, especialmente os negativados por questões menores. A intenção do Banco Neon é trazer novos clientes para seu ecossistema, oferecendo produtos que atendam suas necessidades financeiras específicas.
Com uma proposta inovadora e foco em expansão, o Banco Neon parece determinado em solidificar sua posição no mercado, tanto em termos de crescimento quanto de lucratividade, reafirmando seu compromisso com inclusão financeira e acessibilidade.