Brasil, 10 de maio de 2025
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STF decide manter parte da ação penal contra deputado Ramagem

A Primeira Turma do STF derrubou decisão da Câmara dos Deputados e manteve acusação de crimes graves contra Ramagem.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão significativa ao derrubar, em parte, a determinação da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem é acusado de tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados a uma suposta trama que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. A decisão do STF marca um momento crucial na política brasileira, evidenciando a tensão entre diferentes Poderes da República.

Entendimento do STF sobre a imunidade parlamentar

Na sexta-feira, 9 de maio, a Primeira Turma já havia formado maioria para manter a ação penal contra o parlamentar. No sábado seguinte, a ministra Cármen Lúcia concordou com o voto do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes. O entendimento da ministra estabeleceu que apenas dois crimes seriam suspensos do andamento da ação. Esses crimes seriam relativos a atos cometidos após a diplomação de Ramagem como deputado federal.

“Os demais crimes a ele imputados – organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado – devem ter trâmite regular, por terem sido praticados, em tese, antes da diplomação. A eles não se aplica a imunidade prevista no § 3º do art. 53 da Constituição”, afirmou a ministra.

Crimes imputados a Ramagem

Os ministros Cristiano Zanin e Luiz Fux também acompanharam o voto do relator. No entanto, o ministro Flávio Dino, embora tenha seguido o entendimento do relator, fez observações quanto à data de suspensão e questões de prescrição no tocante aos dois crimes supostamente cometidos após a diplomação de Ramagem. Ele propôs que a suspensão esteja condicionada à manutenção dos requisitos para a aplicação do art. 53, § 3º, da Constituição Federal, com efeitos até 31 de janeiro de 2027 ou até nova decisão do STF.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ramagem enfrenta acusações relacionadas a cinco crimes. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que suspendeu a análise de todas essas acusações, uma decisão que gerou controvérsias e críticas.

Decisão do STF e suas implicações

Os ministros do STF decidiram pela suspensão apenas de dois crimes: dano qualificado pela violência ou grave ameaça contra o patrimônio da União, que causou considerável prejuízo à vítima, e deterioração de patrimônio tombado. Dessa maneira, ambos os crimes ficarão suspensos até o término do mandato de Ramagem, enquanto os outros continuam a seguir o seu curso regular na Justiça.

A decisão do Supremo reabre discussões sobre as limitações da imunidade parlamentar e o papel dos deputados diante de acusações graves. A possibilidade de uma investigação profunda e de um julgamento efetivo sobre fatos que comprometem a democracia brasileira é de suma importância, e o STF fez um movimento no sentido de afirmar a jurisprudência nesse sentido.

Nos próximos dias, é esperado que esses eventos provoquem novas reações parlamentares e repercussões políticas, à medida que a trama envolvendo Ramagem se desenrola. A população brasileira observa com atenção os desdobramentos desse caso, que representa não apenas a luta por justiça, mas também um momento definidor para a democracia no país.

A expectativa é de que a questão volte ao centro do debate político brasileiro, levando a uma discussão mais ampla sobre as responsabilidades dos políticos e os limites da imunidade parlamentar. Em meio a um cenário político turbulento, essa decisão do STF é um passo importante como garantia dos direitos democráticos e da integridade das instituições brasileiras.

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