O governo Trump iniciou uma investigação que poderá resultar na imposição de novas tarifas sobre aeronaves comerciais, motores a jato e peças importadas. Esta investigação, que começou em 1º de maio, é um primeiro passo na análise de possíveis ameaças à segurança nacional e visa proteger a indústria aeroespacial dos Estados Unidos.
Determinando a concentração de importações
O Departamento de Comércio dos EUA anunciou oficialmente a investigação em um comunicado feito na última sexta-feira. O foco da análise será a concentração das importações de aeronaves e componentes vindo de um número restrito de fornecedores. As autoridades irão avaliar não apenas a origem das importações, mas também os riscos associados, como práticas comerciais predatórias e subsídios estrangeiros que possam comprometer a competitividade do setor americano.
Uma série de investigações prévias
Essa ação é apenas a mais recente de um conjunto de investigações lançadas pelo governo Trump, que já havia imposto tarifas com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio sobre metais, automóveis e componentes. Além disso, outras investigações sobre a importação de cobre, medicamentos farmacêuticos, chips semicondutores e caminhões pesados e médios já foram iniciadas pela administração. Embora as investigações não garantam que novas tarifas serão aplicadas, o presidente Trump tem utilizado essas análises como uma ferramenta essencial para proteger indústrias que ele considera críticas para a economia americana.
Impacto nas relações comerciais internacionais
Além das investigações domésticas, Trump também impôs tarifas a vários parceiros comerciais sob poderes emergenciais. Tais tarifas têm sido um dos maiores pontos de discórdia nas negociações comerciais, incluindo conversas com a União Europeia, que abriga a Airbus, fabricante de aviões que compete diretamente com a Boeing, uma das principais empresas do setor nos Estados Unidos.
Executivos da indústria de aviação e aeroespacial têm pressionado intensamente a Casa Branca e o Congresso para que um tratado comercial de 45 anos, que permite a comercialização quase livre de tarifas entre fronteiras, seja mantido. Larry Culp, CEO da GE Aerospace, se reuniu pessoalmente com Trump em abril para discutir como esse modelo de comércio beneficou a cadeia de suprimentos e resultou em um superávit comercial para a indústria nacional.
Acordos comerciais com o Reino Unido
Paralelamente a essas medidas, e como parte de um acordo comercial com o Reino Unido, foi anunciado que uma companhia aérea britânica, a International Airlines Group (IAG), controladora da British Airways, comprará US$ 10 bilhões em aeronaves da Boeing. Este acordo também inclui motores e peças de aeronaves da Rolls-Royce, que poderão entrar no mercado dos EUA sem a imposição de tarifas. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, destacou essa transação como um exemplo positivo de como as relações comerciais podem ser beneficiadas.
Com as investigações em andamento e as tensões comerciais internacionais em alta, a movimentação do governo Trump poderá causar um efeito dominó na indústria aeroespacial, e a resposta de outras nações poderá impactar de maneira significativa as estruturas de preços e a competitividade no mercado global.
No entanto, enquanto a investigação continua, o futuro das tarifas e seu impacto na economia americana e nas relações comerciais permanece um tema polêmico, suscetível a desdobramentos que podem alterar o cenário do comércio internacional como o conhecemos.