Na última segunda-feira, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, formalizou sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD) em um evento realizado na sede do partido, em São Paulo. Durante a cerimônia, ele deixou claro que não tem intenção de disputar prévias com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, para ser o candidato à presidência nas eleições de 2026. Contudo, Leite se colocou à disposição do partido para liderar o projeto, desde que tenha o apoio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
A postura de Leite em relação às prévias
Após a assinatura da ficha de filiação, Leite enfatizou que não está motivado a participar de um processo de prévias, mas que acredita na capacidade do partido de definir, no momento oportuno, qual será o melhor caminho a seguir. “Todos sabem que eu participei de um processo de prévias para disputar a candidatura a presidente dentro do PSDB. Eu não venho para cá com um desejo de prévias, não contem comigo para isso”, afirmou ele, demonstrando uma postura conciliadora e focada na unidade do partido.
Em uma abordagem bem-humorada, Leite mencionou sua conversa recente com Ratinho Júnior, dizendo que apesar de ser “cronologicamente mais velho”, ele tem uma bagagem política que o faz “avançar algumas casas”. Assim, deixou claro que, embora esteja disposto a liderar, não pretende ser candidato “a qualquer custo”. Seu objetivo é mostrar-se mais competitivo eleitoralmente do que seu colega paranaense.
Convergências entre Leite e Ratinho Júnior
Leite também destacou as semelhanças entre sua visão e a de Ratinho Júnior. Ambos compartilham o desejo de apresentar um caminho para o Brasil que supere a polarização política que atualmente divide o país, predominantemente entre as forças alinhadas a Lula e Jair Bolsonaro. “A gente tem muitas convergências. Como qualquer pessoa, a gente não pensa absolutamente igual, assim como o partido como um todo, mas as convergências são muito maiores”, observou Leite.
A presença de Gilberto Kassab foi notável no evento, onde ele elogiou a capacidade de articulação política de Leite e comentou sobre as chances de que ele possa se destacar na corrida presidencial. Tanto Leite quanto Ratinho Júnior estão em seus últimos mandatos e precisarão desistir de seus cargos em abril de 2026, caso sejam escolhidos como candidatos para as próximas eleições.
Expectativas para o futuro do PSD
Kassab, por sua vez, descartou preocupações sobre como a entrada de Leite poderia afetar a relação do PSD com o governo Lula. O dirigente sugeriu que a aliança com o governo foi uma escolha pessoal de alguns deputados, e não uma decisão do partido como um todo. Leite, por sua vez, foi recebido com entusiasmo, sendo considerado uma “liderança jovem” e exemplar na condução de crises em seu estado.
As referências à comparação de Leite com Kylian Mbappé em sua contratação pelo PSD foram uma forma de demonstrar a animação em torno da sua filiação. O deputado federal Saulo Pedroso destacou a importância de ter um político como Leite no partido, caracterizando sua chegada como um reforço significativo à equipe.
Repercussões políticas e novos caminhos
Na cerimônia, o ex-senador Heráclito Fortes fez menção a Leonel Brizola e sua influência negativa na política brasileira, ressaltando a necessidade de unir o Sul e o restante do país. A presença de figuras políticas de diferentes vertentes ao lado de Leite indica um cenário de cooperação em busca de um novo projeto para o Brasil.
Ao final do evento, Kassab anunciou que Leite será o presidente do PSD gaúcho, deixando as decisões sobre a formação da chapa para as eleições de 2026 em suas mãos. O ex-governador também não descartou a possibilidade de se candidatar ao Senado, caso sua candidatura à presidência não se viabilize.
Com a filiação de Leite, o PSD se posiciona como um coletivo de possibilidades, pronto para explorar novas alianças e estratégias que visam um futuro mais coeso e solidário para a política brasileira.