Brasil, 11 de maio de 2025
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Impacto das tarifas de Trump na exportação de celulose do Brasil

As tarifas impostas pelos EUA afetam a venda de celulose da Suzano, com queda nas exportações e aumento de incerteza no mercado.

A Suzano, a maior exportadora mundial de celulose, está enfrentando desafios significativos devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos durante a administração de Donald Trump. Estas tarifas resultaram em uma queda substancial nas exportações de celulose do Brasil para o mercado estadunidense, conforme declarado pelo CEO da empresa, João Alberto de Abreu, em recente entrevista. A situação levantou preocupações sobre o impacto das disputas comerciais em produtos essenciais, como o papel higiênico, cuja matéria-prima vem da celulose.

Queda nas exportações e aumento nos custos

As exportações brasileiras de celulose branqueada de eucalipto para os EUA, que são produzidas pela Suzano, caíram 20% em abril deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do governo. Essa diminuição acentuada ilustra como as tarifas comerciais podem desorganizar o fluxo global de produtos essenciais.

De acordo com Abreu, a Suzano não teve outra opção a não ser repassar os custos adicionais resultantes das tarifas aos seus clientes americanos. “Estamos enfrentando um momento de incerteza, onde o impacto das tarifas ainda não é completamente mensurável”, afirmou.

Incertezas no mercado e reações dos consumidores

A incerteza gerada pelas tarifas americanas tem afetado também o sentimento dos consumidores e as negociações. Leonardo Grimaldi, vice-presidente executivo da Suzano, comentou durante uma teleconferência sobre como os consumidores estão apreensivos em relação a como as tarifas poderão afetar seus planos de produção. “Todos os compradores e vendedores de celulose estão atualmente em uma fase de descoberta de preços”, indicou Grimaldi.

O efeito das tarifas nos negócios do setor de celulose é um exemplo claro de como as tensões comerciais podem perturbar não apenas os mercados, mas também a percepção dos consumidores em relação à estabilidade econômica. Os clientes da Suzano estão lutando para prever o impacto que as tarifas poderão ter em sua produção, criando um ambiente de incerteza e insegurança nas transações comerciais.

Reuniões de negociação e futuro das tarifas

Enquanto isso, uma nova rodada de negociações está prestes a ocorrer, com executivos americanos e representantes chineses se reunindo na Suíça para discutir formas de reduzir as tensões comerciais. Esta reunião acontece em meio ao anúncio de Trump sobre sua intenção de continuar a impor tarifas elevadas sobre produtos chineses, o que caracteriza um embargo quase total sobre os bens desse país.

Recentemente, Trump deixou claro que a tarifa de 80% sobre produtos chineses poderia ser considerada apropriada, gerando mais incerteza no mercado americano e global. A tarifa atualmente está em 145%, tornando a competição com produtos de outros países ainda mais desafiadora. No entanto, a expectativa é que as conversas na Suíça possam abrir espaço para uma diminuição das tensões e, possivelmente, afetar positivamente o cenário das exportações brasileiras, incluindo a celulose.

Um cenário otimista é o desejo compartilhado por muitos integrantes da cadeia produtiva, que esperam que essas iniciativas possam levar a uma maior estabilidade no setor e nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

A importância da celulose e o mercado brasileiro

A celulose desempenha um papel crucial não apenas na economia brasileira, mas também na indústria global de papel e embalagem. Com uma produção de alta qualidade, a Suzano é uma peça-chave nesse setor, e o impacto das tarifas não se reflete apenas nos números das exportações, mas também na capacidade da empresa de manter sua competitividade no mercado internacional.

As empresas brasileiras estão constantemente buscando diversificar seus mercados e encontrar novos compradores para compensar as perdas nas vendas para os EUA. O que se observa é uma mudança nas estratégias de venda, onde o foco se volta para a Europa e outros mercados emergentes, já que as incertezas em relação às tarifas dos EUA permanecem pertinentes.

À medida que o cenário geopolítico continua a evoluir, o setor de celulose do Brasil espera que as negociações em andamento resultem em um ambiente mais favorável para os exportadores, permitindo que eles superem os desafios impostos pelas tarifas e continuem sua trajetória de crescimento no mercado global.

Com a crescente demanda por produtos sustentáveis, a celulose tem um potencial de crescimento significativo, e é vital que as empresas permaneçam adaptáveis e preparadas para quaisquer mudanças futuras nas políticas comerciais que possam afetar suas operações.

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