O governador do estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, está em negociações com empresas chinesas para a aquisição de câmeras de segurança pública com inteligência artificial (IA). Durante um painel intitulado “Investir no Brasil”, Castro afirmou que essas discussões avançadas poderão se tornar um “divisor de águas na segurança pública do Rio”. O evento foi mediado por Pedro Dias Leite, diretor-executivo de jornalismo da CBN.
Inteligência artificial como ferramenta essencial
O governador enfatizou a importância do monitoramento por vídeo com IA, referindo-se a casos de sucesso em outros países que conseguiram melhorar sua segurança pública através dessa tecnologia. “Estamos estudando com muita profundidade, principalmente porque o Rio tem que apresentar, dentro de 180 dias, um plano de segurança ao Supremo Tribunal Federal, de acordo com a ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] 635”, disse Castro.
A ADPF 635, popularmente conhecida como ADPF das Favelas ou ADPF da Insegurança Pública, foi proposta em novembro de 2019 por partidos como o PSB e entidades de direitos humanos. O principal objetivo é abordar a insegurança que afeta diversas regiões do estado, principalmente as favelas.
Investimentos na mobilidade urbana
Além das câmeras de segurança, durante sua visita à China, o governador confirmou o interesse em atrair investimentos locais para projetos de mobilidade urbana e transição energética. Castro mencionou a possibilidade da instalação de fábricas de ônibus e veículos elétricos, além de usinas de biomassa e combustível verde para aviação.
“Estamos focando em transporte sobre trilhos, aquisição de trens e projetos relacionados à concessão das linhas 3 e 4 do metrô. Em breve, teremos editais no pipeline de investimentos do governo”, destacou o governador.
O interesse do capital chinês no Brasil
Rui Gomes, presidente da Invest São Paulo e também presente no painel, reforçou o grande potencial do capital chinês na indústria automotiva e na sua cadeia de fornecimento. Ele destacou que o Brasil oferece um ambiente de segurança regulatória favorável para que investidores chineses estabeleçam projetos de longo prazo, citando como exemplo as concessões.
Iniciativas culturais e audiovisuais
A ApexBrasil, agência responsável pela promoção do comércio exterior do Brasil, está colaborando para abrir novos caminhos comerciais entre os dois países. Um de seus focos é o setor audiovisual. Victor Queiroz, chefe do escritório da ApexBrasil na China, mencionou a exibição do filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional, na China. O programa da Apex procura ampliar a exibição de produções brasileiras, uma vez que o governo chinês permite apenas 34 produções estrangeiras por ano.
Exportações em crescimento
Outro aspecto interessante é o crescimento das exportações brasileiras para a China em setores além do agronegócio. Frutas e pescados estão ganhando destaque, e em 2024, a China se tornou o principal destino das exportações brasileiras, representando 28% do valor total e 41,4% do superávit comercial do Brasil. O Brasil já é o maior fornecedor de soja, carne bovina, celulose, açúcar e carnes de aves no mercado chinês. Entretanto, as exportações ainda são muito concentradas em commodities.
Com esses novos investimentos e parcerias, o governador Claudio Castro busca não apenas melhorar a segurança pública, mas também diversificar e potencializar a economia do Rio de Janeiro, posicionando o estado como um importante polo de inovação e desenvolvimento no Brasil.
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