Na última quinta-feira (8), o mercado financeiro brasileiro respirou aliviado com a combinação da elevação dos juros e o recente acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido. O resultado foi uma queda significativa do dólar, que voltou a ficar abaixo de R$ 5,70, junto a uma valorização expressiva da bolsa de valores, que fechou com alta de mais de 2%, atingindo o maior nível desde agosto do ano anterior.
Dólar em queda e desempenho do real
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,661, com uma baixa de R$ 0,085 (-1,47%). Durante o dia, a moeda norte-americana operou em baixa constante, despencando especialmente à tarde, e fechou na mínima do dia, representando o menor valor em seis dias. O real, turismo crescente entre as moedas da América Latina, posicionou-se como a segunda moeda mais forte, apenas atrás do peso argentino.
De acordo com estimativas, a divisa norte-americana deve cair 8,4% até 2025, um sinal positivo para a economia brasileira, que se fortalece em meio a um contexto global de incertezas.
Ibovespa alcança o maior nível desde agosto
Por outro lado, a bolsa de valores teve um dia de euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou a 136.292 pontos, com uma alta de 2,12%. Este é o maior nível de fechamento desde 28 de agosto do ano passado. Em determinado momento do dia, por volta das 12h40, o índice até ultrapassou 137,6 mil pontos, superando seu recorde histórico por alguns minutos.
Fatores que contribuíram para a recuperação do mercado
Tanto fatores internos quanto externos contribuíram significativamente para a melhoria do mercado financeiro. No Brasil, a sinalização por parte do Banco Central de que pretende manter a taxa Selic (juros básicos da economia) elevada pelo tempo necessário para o controle da inflação teve uma recepção positiva entre investidores. Essa decisão foi confirmada em comunicado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que, conforme registrado, elevou a Selic a 14,75% ao ano.
A manutenção de juros altos no Brasil é vista como uma estratégia para atrair capitais internacionais, o que ocorre em um momento onde vários outros países enfrentam desafios econômicos.
Acordo EUA-Reino Unido e os impactos globais
No cenário internacional, o anúncio do acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido teve um efeito positivo no mercado global. O clima otimista se acentuou durante a tarde, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, comunicou progresso nas negociações com a China, embora tenha se abstido de fornecer detalhes específicos. Este tipo de notícia costuma catalisar um fluxo positivo nas bolsas de valores, pois gera expectativas de crescimento comercial e fortalecimento das economias envolvidas.
Em meio a essas movimentações no mercado financeiro, todos os olhos permanecem atentos às próximas decisões do Banco Central e às repercussões do novo acordo comercial. O que se espera é que essas ações contribuam ainda mais para a recuperação econômica do Brasil, mantendo um balanço positivo em relação ao comércio internacional e à atração de investimentos estrangeiros.
Com a combinação de políticas monetárias e novas parcerias comerciais, a expectativa é que o Brasil possa continuar a se afirmar como uma economia emergente robusta em um contexto global desafiador.
*Com informações da Reuters