Brasil, 9 de maio de 2025
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Câmara e STF: nova disputa política após aprovação de projeto

Conflito entre Câmara e STF se intensifica após aprovação que favorece Alexandre Ramagem e provoca tensão no governo.

O cenário político brasileiro está em ebulição, com a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF) se preparando para uma nova disputa. Isso acontece após a recente aprovação da proposta que trancou a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Nos bastidores, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertam que os 315 votos obtidos para isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro estão a apenas 27 votos do quórum necessário para o impeachment.

Clima de tensão entre os Poderes

A avaliação entre líderes do Centrão é de que o governo cometeu um erro em suas ações, o que gerou um novo atrito entre os Poderes. A polêmica começou com uma consulta feita pelo líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), ao STF sobre a possibilidade de trancar toda a ação penal. A resposta da Corte, que limitava a suspensão apenas ao parlamentar e aos crimes cometidos após a diplomação, não foi bem recebida no Congresso e gerou um descontentamento entre os congressistas.

A reação do presidente da Câmara

Em resposta a essa situação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se viu na obrigação de adotar uma posição firme em relação ao STF. Ele foi pressionado por membros do Centrão, preocupados com a possibilidade de perder a proteção contra ações da Justiça.

A oposição, por sua vez, não perdeu a oportunidade de se aproveitar da situação para minar a base governista, explorando a vulnerabilidade do governo neste momento tão delicado.

Resultados da votação

A proposta aprovada pela Câmara, que trancou a ação penal, também demonstrou a disposição do Centrão em defender seus interesses. As lideranças da Câmara chegaram à conclusão que o governo, em sua busca por apoio, não hesitou em apoiar um projeto que beneficia diretamente Bolsonaro e seus aliados.

Com isso, a expectativa agora é que o STF tome uma decisão que poderá derrubar a suspensão da ação penal de forma parcial, evitando que outros réus sejam beneficiados. A Câmara aguarda ansiosamente a resposta da Corte antes de decidir quais serão os próximos passos no processo legislativo.

Ação contra Alexandre Ramagem

Alexandre Ramagem, o alvo da ação penal, é um dos réus em um processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o identificou como parte do “núcleo crucial” dessa trama, uma vez que ele atuou como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, sendo suspeito de ter prestado suporte técnico ao plano de tentativa de rompimento da ordem constitucional.

Implicações da votação

O texto aprovado pela Câmara determina que a ação penal identificada na Petição 12.100, que está em curso no STF, será interrompida em relação a todos os crimes imputados, o que poderia prolongar a proteção de Ramagem e de outros réus envolvidos. No entanto, segundo o entendimento do ministro Zanin, essa suspensão só poderia beneficiar o parlamentar e apenas se referir a crimes cometidos após sua diplomação, permitindo que outros crimes associados, como danos ao patrimônio público durante os eventos de 8 de janeiro, continuem a ser processados.

Com isso, as questões em torno das imputações adicionais, que incluem a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, a tentativa de golpe e a organização criminosa, permanecem sem resposta clara e continuarão a ser um ponto central nas discussões entre os Poderes.

A luta pelo controle e pela definição de limites entre a Câmara dos Deputados e o STF segue como um tema central na política brasileira, revelando os desafios e as complexidades da governança no país durante este período turbulento.

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