Nesta quinta-feira (8), quatro policiais militares foram presos em uma operação que visa investigar práticas de tortura em operações policiais no sul da Bahia. A ação foi realizada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em conjunto com a Polícia Militar e se insere no contexto da “Operação Reditus Ad Legem”. Os municípios afetados pela operação são Ilhéus, Itabuna e Buerarema.
Operação Reditus Ad Legem
De acordo com informações fornecidas pela SSP-BA, a operação resultou na prisão temporária de quatro militares que estão lotados na 70ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) em Ilhéus. Embora a Secretaria não tenha fornecido detalhes sobre como a tortura foi cometida, o fato de quatro policiais serem investigados levanta preocupações significativas sobre os métodos utilizados em ações policiais na região.
Investigações e denúncias
Além da suspeita de tortura, os policiais também estão sendo investigados por coação e ameaça de testemunhas. No total, cinco PMs estão sob investigação, o que aponta para um possível padrão de abuso de poder dentro da corporação. A prisão foi acompanhada da execução de mandados de busca e apreensão nas residências dos policiais, uma ação que demonstra o comprometimento da SSP-BA em apurar as denúncias de abusos cometidos por seus agentes.
Reação da Polícia Militar
Quando questionada sobre o caso, a assessoria da 70ª CIPM se manifestou, ressaltando que os policiais estão colaborando com as investigações e que, segundo a legislação, todos são considerados inocentes até que se prove o contrário. No entanto, essa situação suscita um importante debate sobre a transparência e a ética nas corporações policiais da Bahia e do Brasil como um todo.
Contexto de violência policial na Bahia
Essa não é a primeira vez que denúncias de abuso de autoridade por parte da polícia na Bahia vêm à tona. Nos últimos anos, o estado tem enfrentado uma onda de violência policial que gerou protestos da sociedade civil e de organizações de direitos humanos. Casos como a prisão de um policial militar suspeito de executar três homens em Salvador e a polêmica sobre a associação de um soldado da PM a ideologias nazistas levam à questionamentos sobre a formação e os valores transmitidos aos policiais.
Próximos passos e expectativa da população
O encaminhamento dos militares para o Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas, marca apenas o início das investigações. A população espera que esses casos sejam tratados com a seriedade necessária e que a Justiça cumpra seu papel de forma imparcial. Com a crescente demanda por uma reformulação nas práticas policiais, muitos acreditam que ações como a “Reditus Ad Legem” são passos importantes para restaurar a confiança nas forças de segurança.
A sociedade civil e os órgãos de defesa de direitos humanos observam a evolução desse caso com atenção, uma vez que os procedimentos que serão adotados podem definir um novo patamar de responsabilidade e ética no serviço policial na Bahia e em todo o Brasil.
O desfecho dos crimes de tortura e coação investigados na “Operação Reditus Ad Legem” poderá, portanto, representar uma mudança necessária na forma como a polícia é percebida e como seus integrantes agem no dia-a-dia em interação com a população.
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