A Petrobras apresentou, nesta quinta-feira (8/5), mudanças em seu modelo híbrido de trabalho. A partir de 30 de maio, a companhia aumentará a escala presencial de dois para três dias na semana, incluindo gestantes e mães e pais de crianças na lista de funcionários que podem trabalhar até três dias em formato remoto. Contudo, essa decisão não foi bem recebida por muitos trabalhadores, que acreditam que a empresa não considerou as necessidades de todos os grupos.
As novas diretrizes da Petrobras
A alteração no regime de trabalho é uma tentativa da Petrobras de equilibrar a presença no escritório com a flexibilidade do teletrabalho. Além da inclusão de gestantes e pais de crianças pequenas, a diretoria da empresa se justifica, afirmando que essa carga de trabalho já é seguida por alguns gerentes desde setembro de 2024. Apesar da inclusão de novos grupos, trabalhadores de diversas categorias expressaram insatisfação com as medidas que, para muitos, refletem uma decisão unilateral.
Entenda a crise do teletrabalho na Petrobras
- Em 9 de janeiro, a empresa anunciou que aumentaria a presença no local de trabalho de dois para três dias, mas com exceções para pessoas com deficiência (PCDs) e pais de PCDs.
- As novas propostas incluem três dias de trabalho remoto para gestantes e pais de crianças de até dois anos.
- Após críticas, a empresa adiou a implementação das medidas de 7 de abril para 30 de maio.
- Sindicatos afirmam que a mudança no regime de trabalho foi uma “decisão unilateral” que não atende a todos os funcionários.
Reações dos funcionários e sindicatos
Procurada pelo Metrópoles, a Petrobras assegurou que tem mantido reuniões com as entidades sindicais, esclarecendo que a proposta de Acordo Específico terá duração de dois anos e se aplicará aos empregados das áreas administrativas. A empresa diz que seu objetivo é promover a integração das equipes e melhorar o fluxo de trabalho.
Por outro lado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) destacou que a nova proposta, embora vista como um potencial avanço nas negociações, ainda deixa de fora muitos pontos importantes da pauta da categoria. O sindicato alega que a situação dos PCDs foi “esquecida” durante o processo de revisão, pedindo a suspensão do termo de adesão que altera o teletrabalho.
O futuro do teletrabalho na Petrobras
Com a reavaliação das políticas de teletrabalho, a Petrobras tenta alinhar as expectativas dos funcionários com as necessidades operacionais da empresa, que se encontra em uma fase de crescimento. A proposta atual busca equilibrar as demandas gerenciais com a necessidade de manter um ambiente de trabalho saudável e motivador.
Enquanto a Petrobras reafirma seu compromisso em monitorar tendências de mercado e a indústria de óleo e gás, os funcionários continuam a pressionar pela inclusão de suas reivindicações nas discussões sobre o modelo de trabalho híbrido. A expectativa é que novos diálogos possam levar a um acordo que atenda a um número maior de empregados e respeite suas necessidades.
Considerações finais
A mudança no modelo de teletrabalho da Petrobras reflete um cenário em evolução no que diz respeito à dinâmica de trabalho no Brasil. À medida que mais empresas adaptam suas políticas de trabalho à nova realidade pós-pandemia, é crucial que as vozes dos trabalhadores sejam ouvidas e respeitadas. Para a Petrobras, o equilíbrio entre a produtividade e a satisfação dos funcionários será essencial para seu sucesso a longo prazo.
Com essas mudanças, a Petrobras enfrenta um desafio: como implementar um teletrabalho que seja funcional para a empresa, mas que também atenda as necessidades e preocupações de seus colaboradores. O descontentamento atual poderá ser um catalisador para diálogos mais amplos e efetivos entre a empresa e seus funcionários.