Brasil, 10 de maio de 2025
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Câmara suspende ação penal contra Ramagem, mas ministros alertam sobre inconstitucionalidade

A Câmara dos Deputados decidiu suspender a ação penal contra Ramagem, mas STF vê riscos de inconstitucionalidade na medida.

No recente ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a suspensão da ação penal relacionada à Petição n. 12.100 que estava em curso na corte. A decisão, embora pareça favorável a alguns réus, suscitou preocupações entre ministros do STF, que consideram a medida potencialmente inconstitucional.

Suspendendo a ação penal: contexto e implicações

A proposta aprovada pela Câmara menciona todo o processo em questão, mas a Constituição brasileira permite a suspensão apenas em casos específicos relacionados a parlamentares, e apenas para crimes cometidos após a diplomação. No caso atual, somente o deputado Ramagem se encaixaria nessa categorização, e apenas para os crimes que ocorreram depois de dezembro de 2022. Essa limitação destaca a complexidade da situação jurídica que está se desenvolvendo.

O relatório apresentado pelo relator Gaspar afirma que “fica sustado o andamento da Ação Penal contida na Petição n. 12.100, em curso no Supremo Tribunal Federal, em relação a todos os crimes imputados”. No entanto, essa frase gera dúvidas sobre a aplicabilidade e a seriedade da suspensão, visto que pode abrir precedentes problemáticos para a Justiça.

Reações do STF e possíveis desdobramentos legais

Ministros do STF, conforme reportado pelo GLOBO, consideram que é inviável o trancamento de todo o processo, especialmente porque interpretam que a medida poderia criar brechas para os demais acusados além de Ramagem. Durante os acontecimentos de 8 de janeiro, houve crimes graves relacionados à deterioração de patrimônio tombado e ao dano qualificado. Contudo, as imputações mais sérias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como tentativa de golpe de Estado e envolvimento em organização criminosa armada, são anteriores à diplomação do deputado.

A interpretação dos ministros sugere que a Câmara pode ter ultrapassado seus limites ao tentar suspender o processo penal em sua totalidade, uma vez que a maioria dos crimes atribuídos a Ramagem ocorreram antes da sua atuação como deputado federal. A posição do STF é clara: a ação penal não pode ser completamente trancada, conforme destacado pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, que já notificou a decisão à Câmara.

O que está em jogo para o futuro político?

O cenário político brasileiro é fascinante e complexo, e as ações destinadas a proteger parlamentares ou figuras públicas muitas vezes podem levar a questionamentos sobre a integridade das instituições. Nesse contexto, a decisão da Câmara de Deputados de suspender a ação penal contra Ramagem abre um debate sobre os limites da imunidade parlamentar e a seriedade com que devem ser tratadas as acusações de crimes tão graves.

Os desdobramentos dessa situação ainda são incertos, mas com as interações entre a Câmara e o STF amplamente divulgadas, o público está atento ao que poderá ocorrer a seguir. As possíveis implicações políticas dessa suspensão de ação penal vão muito além do que se vê por enquanto à medida que os ministros discutem e ponderam as implicações jurídicas de tais decisões.

À medida que as reações se desenrolam, permanece a preocupação geral sobre a manutenção da ordem democrática e a necessidade de responsabilização de todos os que cometem crimes, independentemente de suas posições ou funções. O caso Ramagem será, sem dúvida, um tema central nos debates políticos e jurídicos nos próximos meses.

Essas questões, associadas à recente decisão da Câmara, têm potencial para moldar o futuro político de muitos dos envolvidos – incluindo o ex-presidente Bolsonaro – e determinarem o caminho que a justiça brasileira seguirá em relação à proteção de seus parlamentares. 

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