Brasil, 14 de maio de 2025
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Deputados fluminenses aprovam aumento de cadeiras na Câmara

A proposta de aumento de cadeiras na Câmara teve apoio massivo de parlamentares de estados que perderiam representação.

Em uma votação histórica e repleta de interesses regionais, a Câmara dos Deputados aprovou uma proposição que visa aumentar o número de cadeiras na casa legislativa. A decisão, que ocorreu na última semana, levantou uma série de discussões sobre as consequências para a representação política no Brasil.

Contexto da votação

A unanimidade da decisão foi impulsionada por uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que, no ano anterior, havia solicitado uma revisão do número de parlamentares, levando em consideração os dados do Censo Demográfico de 2022. Esta revisão, por sua vez, acarretaria a redução de cadeiras para estados como o Rio de Janeiro, que poderia perder quatro representantes. A manobra, portanto, foi vista como uma tentativa direta de proteger a fala e a presença de parlamentares de estados ameaçados de perder eleitorado.

Apoio massivo de parlamentares ameaçados

Os deputados fluminenses mostraram uma mobilização clara em favor da proposta. Com 36 votos a favor e apenas nove contrários, a votação reflete o pânico entre os deputados do Rio de Janeiro diante da perspectiva de redução de suas cadeiras. Outro estado que se destacou foi a Bahia, que, apesar de estar sob risco de perder dois representantes, conseguiu mobilizar 34 votos favoráveis contra apenas um contra.

Esse fenômeno se estendeu a outros estados do Nordeste. Em Pernambuco, a votação foi 19 a 4 a favor, enquanto na Paraíba, a situação foi ainda mais positiva, resultando em 11 votos favoráveis a um. Curiosamente, a Paraíba ainda teve a adição de uma nova cadeira na Câmara, um resultado positivo em meio às discussões sobre o aumento da representação.

Oposição nas regiões menos favorecidas

Apesar do apoio em massa em algumas regiões, outros estados, como o Rio Grande do Sul e São Paulo, manifestaram resistência à proposta. No Rio Grande do Sul, a votação foi marcada pela negativa, com 22 votos contra e apenas sete a favor. A preocupação dos deputados gaúchos parece estar centrada na ideia de que o aumento geral de cadeiras pode não necessariamente beneficiar a representação do estado e, sim, criar um aumento de despesas públicas.

Em São Paulo, a situação é ainda mais crítica. O estado já possui o número máximo de 70 deputados, e o projeto discutido não teria impacto direto em sua composição. A desaprovação foi quase unânime entre os parlamentares paulistas de partidos como o Novo e o PSOL, que alegaram que a proposta apenas aumentaria as despesas sem garantir novos representantes.

Críticas e posicionamentos

Parlamentares de São Paulo não hesitaram em se manifestar contra o aumento de cadeiras. A deputada Adriana Ventura, do Novo, afirmou que “não houve ganho de suporte para o estado, apenas mais despesas” e questionou a responsabilidade dos colegas que votaram a favor. Ricardo Salles, do mesmo partido, expressou ressentimento com o fato de São Paulo ser o maior contribuinte de impostos, enquanto a representação política na Câmara não condiz com essa contribuição.

Outros deputados, como Mario Frias, apontaram que muitos dos estados que deveriam perder cadeiras “fizeram lobby” para escapar de suas responsabilidades, resultando em novos cargos e manutenção de privilégios. Para ele, o impacto financeiro para o contribuinte é evidente e preocupante.

Prioridades em debate

Além das críticas à proposta, a deputada Caroline de Toni, de Santa Catarina, também se manifestou contra a agilidade com que a votação foi tratada. Ela pediu uma discussão mais aprofundada sobre questões mais urgentes, como a necessidade de investigar irregularidades no sistema de previdência social, ao invés de simplesmente criar novas cadeiras na Câmara.

O debate e as implicações dessa votação ainda podem ser sentidos na esfera política brasileira, com promessas de represálias e confrontos diretos nas eleições futuras. Com um cenário político conturbado e interesses em jogo, o futuro da representação na Câmara dos Deputados poderá ser repleto de desafios para estados em diferentes situações.

Este episódio demonstra não só a fragilidade da representação política no Brasil, como também o poder do lobby e dos interesses regionais sobre decisões que deveriam ser voltadas ao bem comum. A Câmara continua a ser um campo de batalha, onde cada voto e cada decisão moldam o futuro político do país.

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