Brasil, 10 de maio de 2025
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A crise do INSS e 8 de Janeiro ampliam apetite de Alcolumbre por cargos no governo Lula

O cenário político brasileiro se complica com a crescente influência de Davi Alcolumbre nas esferas governamentais, em meio a crises no INSS e tentativas de golpe.

No último dia 2 de maio, ao embarcar para uma viagem internacional à Rússia e à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe no avião uma lista de problemas — e uma figura-chave para enfrentar tais desafios: Davi Alcolumbre. Ninguém pode negar que, desde que assumiu o Senado Federal, em fevereiro, Alcolumbre se destaca como um dos líderes governistas mais efetivos, mesmo sendo do partido União Brasil, muitas vezes visto como um aliado conturbado. E como já é de se esperar, suas ações não acontecem sem um preço.

O poder de Alcolumbre no Senado

Alcolumbre tem demonstrado um apetite voraz por aumentar seu controle sobre o governo, especialmente no que diz respeito ao setor elétrico. Desde que assumiu, o senador bloqueou a aprovação de novos diretores para diversas agências reguladoras, incluindo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O que o motiva? A resposta parece ser clara: a cabeça do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um dos preferidos de Lula.

No entanto, a estratégia de Alcolumbre é bem calculada. Ele não esconde de ninguém em Brasília que aspira tirar Silveira do cargo e, em contrapartida, conquistar cargos importantes, verbas para programas de infraestrutura e um poder ainda maior nas agências reguladoras. As pressões que ele exerce já começam a ganhar forma.

Crise do INSS e sua relação com a política

A crise do INSS influencia diretamente os jogos de poder que se desenrolam. A administração do governo Lula enfrenta um escândalo de roubo bilionário que está ainda em fase de apuração. Enquanto isso, um grupo de senadores, que já conta com as assinaturas necessárias, aguarda o momento certo para protocolar um pedido de criação de uma CPI mista sobre o INSS, na esperança de angariar mais apoio. A iniciativa não é vista com bons olhos por Alcolumbre, que parece preferir manter um pé dentro do governo.

O cinismo se torna ainda mais evidente ao observar que, enquanto Silveira mantém suas posições, Alcolumbre continua a manobrar por baixo dos panos, propondo cargos e alianças para fortalecer sua posição. Nos bastidores, já deixou claro que só pautaria as indicações de Lula após ver Silveira fora do caminho.

Os interesses ocultos de Alcolumbre

Os interesses de Alcolumbre não se limitam a uma ambição pessoal. De acordo com fontes próximas ao senador, ele e seu grupo de senadores se alinham com Carlos Suarez, um empresário que trava uma batalha para viabilizar a construção de uma rede de gasodutos que poderia beneficiar a operação das distribuidoras de gás em vários estados. Aqui, o interesse de Alcolumbre parece estar em assegurar que custos sejam empurrados, seja para o Tesouro ou para o consumidor, enquanto tenta impedir que seus rivais, Joesley e Wesley Batista, conquistem terreno em projetos de energia.

Lula sabe que não pode se aliar a um único grupo, especialmente quando esse grupo pode minar seus esforços. Portanto, a dificuldade enfrentada por Alcolumbre pode se alinhar com uma estratégia mais ampla de Lula para navegar em um ambiente onde muitos interesses se chocam.

O dilema de ceder poder ou confrontar?

A luta pelo controle e pela influência está longe de terminar. Alcolumbre já provou ser mais determinado e insaciável que muitos de seus antecessores. A tensão se intensifica à medida que ele sinaliza que pode usar sua habilidade de criar obstáculos para depois oferecer soluções convenientes. Ele já garantiu a Lula que não pretenderia facilitar a aprovação do projeto de anistia no Senado, mas ainda assim apresentou um texto alternativo que poderia suavizar a situação para os envolvidos no caos do 8 de Janeiro. Esse é um movimento que Lula pode não querer ver acontecer.

O desfecho dessa batalha pelo poder no cenário político pode ficar cada vez mais complexo à medida que novas crises surgem e as negociações colidem com as ambições pessoais de figuras como Alcolumbre. Um jogo de xadrez político, onde tanto o posicionamento como as alianças serão decisivas. A resiliência de Lula e a disposição de Alcolumbre para avançar determinam o futuro do governo neste complicado tabuleiro.

Enquanto os senadores se preparam para o embate sobre o INSS e outras crises, pode-se prever que a pressão aumentará — tanto para Lula quanto para Alcolumbre. Haverá um ponto em que o presidente da República terá que decidir entre ceder espaço e poder ou enfrentar um adversário mais feroz que os que viu em sua trajetória política até o momento.

Com o tempo se esgotando para o governo, as chances de concessões se multiplicam, e o controle de Alcolumbre? Esse continua a crescer, junto com suas ambições cada vez mais vorazes, criando um cenário de instabilidade política que pode impactar o governo Lula em seus esforços de reeleição.

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