Brasil, 10 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Queda nas vendas da Shein e Temu nos EUA após aumento de preços

A Shein e a Temu registraram quedas nas vendas devido ao aumento de preços após tarifas do governo Trump, indicando impacto no comércio online.

A recente alta de preços nos Estados Unidos, em razão das tarifas implementadas pelo governo de Donald Trump, teve um impacto imediato sobre as vendas das plataformas de compras online Shein e Temu. Ambas as empresas, que costumam ser populares entre os consumidores americanos pela oferta de produtos a preços acessíveis, registraram quedas significativas em suas vendas. A Shein, por exemplo, observou uma queda dramática de 23% nas vendas de 25 de abril a 1º de maio, enquanto a Temu viu suas vendas caírem 17% no mesmo período.

O impacto das tarifas sobre o varejo online

Os dados da Bloomberg Second Measure, que analisa informações de cartões de crédito e débito, mostram que a alta dos preços está afetando o comportamento dos consumidores. Em março e no início de abril, antes do aumento das tarifas, as vendas da Shein e da Temu haviam disparado, com muitos consumidores acumulando produtos, preparando-se para o que parecia ser um aumento inevitável de preços. Contudo, essa tendência se reverteu drasticamente após os ajustes de preços que as empresas precisaram implementar.

A “taxa da blusinha”, uma nova tarifa de importação de 90% que afeta produtos da China, foi uma das principais razões para o aumento dos custos. Essa taxas visam combater práticas comerciais que prejudicam a fabricação norte-americana, mas tiveram efeitos colaterais drásticos no consumo. A Shein, que era conhecida por vender roupas e acessórios a preços muito competitivos, agora vê seus produtos com aumentos de preço que chegam a impressionantes 377% em alguns casos.

Reações do mercado e mudanças no comportamento dos consumidores

A reação dos consumidores americanos às novas tarifas mostra um claro descontentamento. A confiança do consumidor, que já enfrentava desafios devido à inflação e aumento do custo de vida, recuou para a menor taxa em quase cinco anos. Os grandes varejistas, como Walmart e Target, ainda não ajustaram seus preços, mas muitos fornecedores chineses, refletindo a pressão econômica, indicaram que vão recusar a absorver o custo das tarifas. Isso levanta a questão sobre quem arcará com a conta – varejistas, consumidores ou ambos.

A Shein e a Temu, que até agora se beneficiavam de um fluxo constante de consumidores atraídos por preços baixos, enfrentam um dilema: devem continuar ajustando seus preços para evitar perdas financeiras, ou tentar manter sua clientela sem repassar todos os custos aumentados. O preço médio de produtos categorias como saúde e beleza aumentou drasticamente, e as vendas afetuadas são um reflexo claro disso.

Respostas estratégicas das empresas de varejo

Em resposta às novas condições de mercado, a Temu planeja mudar seu modelo de negócios para um enfoque de “atendimento local”. A ideia é vender apenas produtos de comerciantes locais nos Estados Unidos, buscando contornar as altas tarifas sobre importações. Por outro lado, a Shein está lenta em sua estratégia de oferta pública inicial e avalia como as novas tarifas impactarão seus resultados financeiros.

Além de dificuldades operacionais, o aumento de preços impacta diretamente a experiência do consumidor. A categoria de brinquedos e jogos viu um aumento médio de mais de 60%, enquanto itens de casa e cozinha ficaram quase 40% mais caros. Roupas femininas apresentaram um aumento de 10%, evidenciando como a necessidade de ajustar os preços compromete a essência de acessibilidade que essas plataformas sempre representaram para os consumidores.

Perspectivas futuras para Shein e Temu

As consequências das tarifas e a resposta do consumidor ao ambiente de compra estão apenas começando a ser sentidas. Se as vendas não se recuperarem rapidamente, tanto a Shein quanto a Temu poderão ver impactos adicionais em seus negócios, desde a lealdade à marca até sua posição no mercado. Além disso, o que antes eram oportunidades de crescimento para essas plataformas agora são situações de incerteza, testando suas resiliências no competitivo mercado de varejo online.

Com o mercado em constante mudança, as duas empresas precisam não apenas reavaliar suas estratégias de preços, mas também considerar como adaptar sua cadeia de suprimentos e operação para se adequar a um novo normal. Resta saber se as adaptações serão suficientes para reverter a tendência de queda nas vendas e manter a atratividade para os consumidores.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes