Brasil, 9 de maio de 2025
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Setor produtivo critica aumento da taxa Selic pelo Banco Central

Entidades da indústria e do comércio alegam que a elevação da taxa Selic ameaça emprego e renda no Brasil.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Taxa Selic para o maior nível em 19 anos gerou uma onda de críticas entre diversos setores produtivos. Representantes da indústria, do comércio e centrais sindicais classificaram a medida como exagerada e uma ameaça ao emprego e à renda da população brasileira.

Reações do setor industrial

Em um comunicado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com a decisão, afirmando que o aumento de 0,5 ponto percentual na Selic “impõe um fardo ainda mais pesado à economia”. A CNI sugere que, considerando a desaceleração da inflação e a possibilidade de recessão nos EUA devido à política comercial do governo Donald Trump, o dólar pode cair nos próximos meses, o que tornaria a medida ainda mais questionável.

“Embora o controle da inflação seja o objetivo primordial do Banco Central, a elevação da Selic traz riscos significativos à economia, que está em processo de desaceleração mais acentuado do que esperávamos no final de 2024”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban, pedindo uma postura mais cautelosa do Copom.

A Associação Paulista de Supermercados também se manifestou, considerando a continuidade do ciclo de alta da Selic como um erro, especialmente em um momento marcado por incertezas econômicas internas e externas.

“O mundo vive um ciclo neoprotecionista, e com a taxa Selic nos níveis atuais, o Brasil favorece o rentismo e a especulação, em detrimento da geração de empregos e do crescimento econômico sustentado”, criticou a associação.

Visão divergente da Associação Comercial

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) teve uma perspectiva diferente e considerou a elevação da Taxa Selic, em meio ponto percentual, uma medida esperada. A entidade destacou que a inflação ainda está alta, superando o teto da meta estabelecida pelo governo.

“Apesar da desaceleração gradativa da atividade interna e da crescente incerteza externa, a aceleração da inflação atual, ainda acima da meta, justifica uma política monetária contracionista”, comentou Ulisses Ruiz de Gamboa, economista-chefe da ACSP.

Reações das centrais sindicais

As centrais sindicais, por sua vez, foram contundentes em suas críticas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) argumentou que o aumento da taxa de juros restringe ainda mais a capacidade econômica da população.

“O brasileiro enfrenta uma taxa exorbitante de juros que compromete o desenvolvimento econômico, aumentando o custo de vida e o endividamento das famílias. A política monetária deve priorizar os interesses da população, e não do mercado financeiro”, declarou Juvandia Moreira, vice-presidenta da CUT.

A Força Sindical também se posicionou, classificando a decisão como “irresponsabilidade social”. Segundo a entidade, essa elevação restringe o crescimento econômico e eleva o custo do crédito.

“Com a taxa já em 14,25% ao ano, essa decisão é um obstáculo significativo ao desenvolvimento do país. Estamos em uma situação em que a economia pode ser levada à recessão”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

O contexto econômico atual

O cenário econômico no Brasil é desafiador, com a inflação se mantendo acima das metas estabelecidas pelo governo e a atividade econômica apresentando sinais de desaceleração. Especialistas alertam que a combinação de uma taxa de juros alta com incertezas internas pode impactar negativamente o crescimento do país nos próximos anos.

Enquanto as entidades se dividem entre apoiar as medidas tomadas pelo Copom ou criticar a sua agressividade, a expectativa é que o Banco Central reavalie sua estratégia para equilibrar o controle da inflação com o incentivo ao crescimento econômico. A pressão do setor produtivo e das centrais sindicais pode influenciar as futuras decisões da entidade.

As mudanças na Taxa Selic e suas consequências sobre a economia não são questões simples. O embate entre o controle da inflação e a necessidade de crescimento econômico é um tema recorrente nas discussões, e o Copom se vê em uma posição delicada ao tentar equilibrar esses interesses.

Entender as reações dos diversos setores econômicos nesta situação poderá oferecer um panorama mais claro sobre o futuro econômico do Brasil e suas políticas monetárias. A expectativa é de que o diálogo entre as partes se mantenha ativo, visando soluções que beneficiem a população como um todo.

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