Brasil, 9 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Exportações brasileiras para os EUA crescem mesmo após tarifaço de Trump

Apesar do tarifaço de Donald Trump, Brasil registra aumento de 21,9% nas exportações para os EUA em abril de 2025.

No último mês de abril, as exportações brasileiras para os Estados Unidos mostraram um crescimento significativo de 21,9%, mesmo diante das medidas protecionistas adotadas pelo presidente americano, Donald Trump. A balança comercial do Brasil apresentou um superávit de US$ 8,15 bilhões, conforme revelado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Um olhar sobre a balança comercial brasileira em abril

A balança comercial é considerada superavitária quando as exportações superam as importações. Contudo, o resultado de abril deste ano representou uma queda de 3,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o superávit foi de US$ 8,43 bilhões. Essa foi a menor marca para meses de abril desde 2023, que registrou um superávit de US$ 7,95 bilhões.

Nos números absolutos, as exportações em abril totalizaram US$ 30,4 bilhões, o que significa um aumento de 10,3% na média diária. As importações, por outro lado, foram de US$ 22,3 bilhões, com um crescimento de 11,8% na média por dia útil.

O impacto do tarifaço de Trump

O aumento das exportações brasileiras ocorre em meio ao tarifaço imposto por Trump, que, desde março, introduziu uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Além disso, em abril, tarifas adicionais foram aplicadas a produtos importados de vários países, mas as tarifas sobre os produtos brasileiros foram fixadas em 10%. Em contraste, produtos da União Europeia enfrentam taxas de até 20%, enquanto a China sofre tarifas que poderão chegar a 145%, resultando em retaliações comerciais.

De acordo com especialistas em relações internacionais, o Brasil conseguiu uma “certa vantagem” no contexto do tarifaço, apresentando resultados não tão devastadores quanto se esperava. O aumento das exportações para os Estados Unidos foi de US$ 3,57 bilhões, contra US$ 2,93 bilhões no mesmo mês do ano anterior.

Desempenho das exportações nos quatro primeiros meses de 2025

No acumulado do ano, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 17,73 bilhões, reduzindo 34,2% em comparação com os US$ 26,92 bilhões do ano passado. As exportações totalizaram US$ 107,3 bilhões, um incremento de 1,8%, enquanto as importações somaram US$ 89,58 bilhões, uma alta de 13,2% no mesmo período.

Entre os produtos mais exportados em abril, destacaram-se a soja (US$ 5,9 bilhões, -6,1%), os óleos brutos de petróleo (US$ 4,5 bilhões, -0,2%) e o minério de ferro (US$ 2,07 bilhões, -14,3%). No entanto, o café não torrado e a carne bovina tiveram um desempenho positivo, com aumentos de 36,3% e 29,1%, respectivamente.

Aquecimento da balança comercial

O aumento de 21,9% nas exportações para os Estados Unidos também foi acompanhado por um crescimento de 14% nas importações de produtos norte-americanos. Segundo Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, é necessário um certo tempo para que os impactos das tarifas se manifestem na balança comercial. Ele acredita que a alta nas importações está mais relacionada à demanda do mercado americano do que às tarifas impostas.

Consequências das mudanças nas tarifas e commodities

Além disso, o governo brasileiro está analisando o impacto das tarifas sobre os preços das commodities, que já começaram a sofrer quedas. O Ministério do Desenvolvimento indicou que a revisão das projeções de exportações e importações será feita em julho, dependendo da persistência das quedas nos preços das commodities.

Com a volatilidade nas negociações internacionais e as incertezas em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos, o Brasil se vê em um cenário delicado, mas com oportunidades para atender à demanda externa.

Como um dos principais players do comércio mundial, o Brasil continuará a monitorar de perto esses desenvolvimentos para ajustar suas estratégias comerciais conforme necessário. A balança comercial poderá refletir mais das condições globais e das reações dos mercados à medida que essas políticas evoluem.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes