Brasil, 11 de maio de 2025
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Banco Central aumenta taxa Selic para 14,75% ao ano

O aumento da Selic para 14,75% é a maior taxa desde 2006 e reflete a tentativa do BC de conter a inflação no Brasil.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (7), um aumento na taxa Selic de 14,25% para 14,75% ao ano, marcando a maior taxa desde julho de 2006. A decisão foi amplamente esperada pelos economistas e reflete um cenário econômico desafiador tanto no Brasil quanto no exterior.

O aumento da taxa Selic: contexto e motivações

Este aumento na taxa Selic é o sexto consecutivo, o que indica uma política monetária mais rigorosa diante das pressões inflacionárias que o Brasil enfrenta atualmente. O Copom justificou sua decisão alertando para um ambiente externo adverso, com incertezas ligadas à política econômica dos Estados Unidos, que incluem suas políticas comerciais. “A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global”, ressaltou o Copom em seu comunicado.

Além disso, o comitê destacou que o cenário de incerteza requer cautela e flexibilidade nas próximas reuniões. Com a recentes elevações, a taxa Selic não só influencia as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras, mas também tem impactos diretos na economia real, como o consumo, o investimento e as contas públicas.

Expectativas para a economia brasileira

Com a Selic elevada, espera-se que as taxas de juros bancários também aumentem, o que pode dificultar o acesso ao crédito por parte das famílias e empresas, levando a um consumo mais contido. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) já evidenciam uma desaceleração, com a economia brasileira operando acima de seu potencial de crescimento, segundo o relator de política monetária do Banco Central.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, expressou que a desaceleração econômica é um sinal inicial, mas reforçou a importância de manter vigilância sobre a inflação. Fatores como um mercado de trabalho aquecido e uma alta de gastos públicos vêm sendo apontados como causas para a inflação persistente.

Desafios por vir

Os desafios criados por uma taxa Selic elevada vão além do impacto sobre as taxas de juros. Especialistas destacam que o aumento nos juros pode levar a uma piora nas contas públicas, uma vez que as despesas com juros da dívida pública também aumentam. Isso seria exemplificado por uma recente despesa de R$ 948 bilhões que representou 7,9% do PIB nos últimos 12 meses.

Por outro lado, investimentos em renda fixa podem trazer retornos mais adequados em um ambiente de juros altos, o que poderia atrair recursos do mercado acionário, mas com um efeito colateral na expansão econômica por conta do consumo mais contido.

Futuro da política monetária

O Banco Central revelou que, para o segundo semestre de 2026 e o início de 2027, está mirando em projeções de inflação que, atualmente, estão deterioradas. A meta central de inflação para o Banco Central é de 3%, mas as projeções do mercado indicam taxas de 5,53% em 2025 — uma clara violação da meta. Além disso, o Banco Central admitiu que a meta de inflação pode ser novamente descumprida, com inflação superando o teto de 4,5% já em junho deste ano.

À medida que a economia se ajusta a esse novo contexto e as taxas de juros seguem elevadas, será preciso monitorar os desdobramentos nos próximos meses, tanto na política monetária quanto na dinâmica econômica crítica para a população brasileira.

A elevação da taxa Selic está, portanto, inserida em um quadro de estratégia de contenção inflacionária e, ao mesmo tempo, revela as vulnerabilidades da economia brasileira em meio a um cenário global também conturbado.

Fonte: G1

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