A polêmica teve início com a divulgação de imagens não oficiais de uma possível camisa vermelha atribuída ao site especializado Footy Headlines. O material viralizou nas redes sociais e provocou reações intensas especialmente entre figuras da direita política, que interpretaram a cor como símbolo de aparelhamento ideológico do futebol brasileiro.
Na terça-feira (29), integrantes do alto escalão do governo federal entraram em contato com interlocutores do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para discutir a veracidade do uniforme e a possibilidade de que ele fosse efetivamente utilizado durante a Copa do Mundo de 2026. A movimentação demonstra que o debate extrapolou as redes sociais e atingiu o núcleo do poder executivo.
CBF reafirma compromisso com as cores tradicionais
Em resposta à polêmica, a Confederação Brasileira de Futebol negou qualquer plano concreto de mudar o uniforme da Seleção. A entidade afirmou que as imagens divulgadas não representam o projeto oficial em desenvolvimento com a fornecedora Nike, e reforçou seu compromisso com as cores tradicionais da Seleção: amarelo, azul e branco.
Reações dividem políticos e personalidades do esporte
Do lado conservador, o governador Romeu Zema protagonizou um vídeo em que joga no chão uma réplica da camisa vermelha. O senador Flávio Bolsonaro também se posicionou contra a ideia. Já na esquerda, alguns viram na proposta uma forma de “reapropriar” o sentimento de pertencimento nacional por parte de grupos historicamente associados à cor vermelha.
No mundo esportivo, o ex-jogador Casagrande chamou a proposta de “idiota”, e Galvão Bueno a classificou como “crime”. A discussão escancarou como o futebol, símbolo de união nacional, vem sendo constantemente arrastado para o campo político.
Camisa da Seleção e o histórico de politização
A camisa da Seleção Brasileira, sobretudo a amarela, já foi alvo de disputas políticas desde as manifestações de 2013 e, mais intensamente, durante o governo Bolsonaro. A CBF chegou a proibir a comercialização de versões alternativas do uniforme que não fossem autorizadas oficialmente. A recente proposta reacende a tensão sobre quem pode – ou deve – representar os símbolos do futebol brasileiro.