Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano e deixa legado de inclusão, justiça social e confronto com os extremos dentro da Igreja Católica.
Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano e deixa legado de transformação na Igreja
O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, aos 88 anos, no Vaticano, encerrando um dos pontificados mais emblemáticos da história recente da Igreja Católica. Reconhecido por sua atenção aos marginalizados e por seu espírito reformista, o primeiro papa latino-americano e jesuíta será lembrado como uma figura que desafiou tradições e tentou aproximar a Igreja de uma nova era.
A voz dos excluídos: o papa dos pobres
Desde sua eleição em 2013, Francisco adotou um tom pastoral próximo dos mais vulneráveis. Suas mensagens frequentes em defesa dos pobres, imigrantes e das minorias ecoaram pelo mundo. O The New York Times destacou que o Papa “defendeu os marginalizados e entrou em conflito com os tradicionalistas”, ressaltando sua tentativa de tornar a Igreja mais inclusiva.
Apesar dos esforços por reformas sociais e espirituais, Francisco enfrentou resistência tanto de conservadores — que o acusaram de relativizar os dogmas da Igreja — quanto de setores progressistas, que esperavam avanços mais ousados em temas como o celibato, a ordenação feminina e os direitos LGBTQIA+.
Últimos momentos e comoção global
O Vaticano confirmou a morte de Francisco às 7h35 da manhã, horário de Roma. O anúncio foi feito pelo Cardeal Kevin Farrell em seu canal no Telegram: “O Santo Papa Francisco retornou à casa do Pai”. Ele estava se recuperando de uma doença pulmonar e havia se encontrado poucas horas antes com o vice-presidente americano JD Vance, na Casa Santa Marta.
A Casa Branca publicou homenagens com imagens do Papa ao lado do ex-presidente Donald Trump e do atual vice-presidente. A comoção internacional evidencia o papel de Francisco como um líder global de relevância além do âmbito religioso.
O reformador que desafiou o status quo
O jornal espanhol El País descreveu o pontífice como “uma tempestade social e reformador na Igreja”, citando sua postura combativa contra o sistema capitalista e seu estilo enérgico e impulsivo. As reformas internas do Vaticano, embora com resultados desiguais, abriram espaço para novas vozes e práticas na estrutura eclesiástica.
A Conferência Episcopal Alemã, por meio de seu presidente, Georg Bätzing, saudou Francisco como um “grande papa” e “inovador corajoso”. O bispo de Limburgo destacou o compromisso de Francisco com uma Igreja sinodal e sua missão de aproximar a instituição dos fiéis. “Nos curvamos diante de um Papa que prometeu estar entre o povo e nas margens da sociedade”, disse.
Um pontificado inesquecível
Francisco deixa como legado não apenas encíclicas e reformas, mas um testemunho de proximidade com o povo e coragem diante das tensões internas da Igreja. Seu pontificado, marcado por diálogos inter-religiosos, críticas ao consumismo e defesa da paz, moldou uma nova imagem do papado para o século XXI.
