Brasil, 19 de abril de 2025
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PF desmantela esquema com atores pagos para manipular eleições 2024 no RJ

Polícia Federal investiga uso de atores em campanha de desinformação eleitoral no Rio de Janeiro
Polícia Federal Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (16), a segunda fase da Operação Teatro Invisível, com foco em desarticular um esquema de desinformação nas eleições 2024 em diversos municípios do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, uma organização criminosa contratava atores para encenar críticas públicas e influenciar o voto dos eleitores contra candidatos rivais, em uma campanha coordenada e financiada com recursos de origem ilícita.

Prefeitos e ex-candidatos estão entre os alvos da operação

Entre os principais alvos da operação estão nomes conhecidos da política fluminense, como:

  • Dr. Serginho (PL), prefeito de Cabo Frio;
  • Valdecy da Saúde (PL), deputado estadual e ex-candidato em São João de Meriti;
  • Aarão (PP), ex-candidato à prefeitura de Mangaratiba;
  • Rubão (Podemos), vencedor das eleições em Itaguaí, impedido de assumir o cargo.

A Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades econômicas de oito empresas ligadas ao esquema.

D. Serginho eleições 2024
Dr. Serginho (PL), prefeito de Cabo Frio. Foto: Reprodução

Como funcionava o teatro da desinformação eleitoral

De acordo com a PF, o grupo criminoso contratava atores por cerca de R$ 2 mil mensais para encenarem diálogos em locais movimentados — como padarias, filas de bancos e mercados. O objetivo era manipular a opinião pública com frases ensaiadas que atacavam adversários políticos e exaltavam seus aliados.

Coordenadores do esquema recebiam R$ 5 mil por mês e eram responsáveis por treinar os atores e produzir relatórios diários com o número de abordagens e impacto das ações.

As investigações apontam que o financiamento vinha de contratos públicos fraudulentos, envolvendo empresas de fachada e lavagem de dinheiro. Entre os crimes apontados estão: fraude em licitações, caixa dois e destruição de provas digitais.

Desdobramento de operação iniciada em 2024

A primeira fase da Operação Teatro Invisível ocorreu em setembro de 2024, quando quatro pessoas foram presas. A ação revelou imagens de treinamentos clandestinos em galpões e diálogos encenados com frases como: “Gastaram milhões naquela ponte. Para quê? E nossas crianças?”

Com base nas provas reunidas, a PF aprofundou as investigações e descobriu conexões com campanhas eleitorais em diversas cidades do estado, como Araruama, Belford Roxo, Paraty, Saquarema e outras.

Posicionamentos

A prefeitura de Cabo Frio afirmou, por meio de nota, que ainda não possui informações concretas sobre a operação e que prestará os devidos esclarecimentos assim que houver dados oficiais. Até o momento, as defesas dos demais investigados não se manifestaram.

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