Em greve de fome há cinco dias, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) segue acampado no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em protesto contra o parecer do Conselho de Ética que recomenda sua cassação. O parlamentar afirma que permanecerá no local até que o plenário da Casa analise o caso.

Glauber Braga protesta em greve de fome e recebe apoio político
Desde a última quarta-feira (10), quando o Conselho de Ética da Câmara aprovou a recomendação de cassação de seu mandato, o deputado Glauber Braga iniciou uma greve de fome. Acampado com apoio da esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), ele tem recebido apenas líquidos e cuidados médicos voluntários.
Glauber conta com o apoio de aliados e ministros do governo federal. No fim de semana, o protesto atraiu a presença de Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, Lindbergh Farias, Márcio Macedo e Cida Gonçalves. Representantes religiosos também visitaram o deputado, que tem recebido a visita do filho pequeno, Hugo.
Processo de cassação
O processo foi motivado por um episódio ocorrido em abril de 2024, quando o parlamentar chutou um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante uma discussão. Por 13 votos a 5, o Conselho de Ética aprovou o parecer pela cassação por quebra de decoro parlamentar.
O pedido agora aguarda decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (PSB-PB), sobre sua inclusão na pauta do plenário. A cassação precisa do aval da maioria absoluta da Casa e, se aprovada, deixará o parlamentar inelegível por oito anos.
Deputado deve recorrer à CCJ
Glauber Braga anunciou que utilizará todos os mecanismos legislativos e judiciais para contestar o processo. Uma das possibilidades é recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da votação em plenário.
Até que uma decisão seja tomada, o parlamentar pretende manter o protesto em Brasília, enquanto mobiliza apoio político e popular contra o processo de cassação.