No Dia Internacional do Café, celebrado nesta segunda-feira (14), os brasileiros têm pouco a comemorar: o preço do café moído disparou 77,7% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. A bebida essencial na rotina nacional pesa cada vez mais no bolso do consumidor.
Preço sobe quase 80% em um ano
O café, símbolo da cultura brasileira e presente no cotidiano de milhões, está mais caro do que nunca. De acordo com o IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, o café moído acumula alta de 30% somente no primeiro trimestre de 2025. Em março, o preço subiu 8,14%.
No acumulado dos últimos 12 meses até março, o aumento foi ainda mais expressivo: 77,7%. O reflexo também aparece no cafezinho consumido fora de casa, que teve alta de 3,48% em março e 12,26% em um ano.
Clima, demanda e crise global impulsionam alta
Especialistas apontam que a alta do preço do café é resultado de uma combinação de fatores. Eventos climáticos, como secas e falta de chuvas, prejudicaram safras importantes. Ao mesmo tempo, a demanda internacional pelo grão cresceu, pressionando ainda mais os preços.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) avalia que os valores devem continuar elevados no curto prazo. Segundo a entidade, uma eventual queda de preços dependeria de uma safra excepcional — cenário ainda incerto.

Café puxa alta da alimentação e pressiona inflação
A inflação de março chegou a 0,56%, maior alta mensal desde 2023. O grupo Alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo avanço do índice, com aumento de 1,17%. Sozinho, esse grupo contribuiu com 45% da inflação registrada no mês.
Além do café moído, outros alimentos que encareceram foram o tomate (22,55%) e o ovo de galinha (13,13%). Em contrapartida, arroz, carnes e óleo de soja apresentaram queda nos preços.
O acumulado do IPCA em 2025 já soma 2,04%, com inflação de 5,48% nos últimos 12 meses — acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%.