O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito neste domingo (13) com cerca de 55% dos votos, vencendo Luisa González no segundo turno marcado por tensão, acusações de fraude e um cenário de violência extrema no país.
Noboa vence Luisa González e é reconduzido à presidência
Com 92,6% das urnas apuradas, Daniel Noboa alcançou 55,7% dos votos, enquanto a candidata de esquerda Luisa González somou 44,3%, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Nas ruas, apoiadores do presidente celebraram a vitória, apesar da recusa de González em reconhecer o resultado.
A candidata, ligada ao ex-presidente Rafael Correa, classificou o pleito como “a mais grotesca fraude eleitoral” e anunciou que pedirá a recontagem dos votos e a abertura das urnas.

Clima de medo e estado de exceção marcam eleições
O segundo turno foi realizado sob forte tensão. O governo havia decretado estado de exceção e toque de recolher em áreas afetadas pela violência do narcotráfico. O Equador vive uma escalada de crimes, com uma média de um assassinato por hora.
A eleição de 2023 foi marcada pelo assassinato de um candidato à presidência, além de ataques armados contra veículos de imprensa e o domínio de gangues nos presídios.
Noboa: juventude, redes sociais e militarização
Daniel Noboa, de 37 anos, é herdeiro de um império bananeiro e explora uma imagem moderna nas redes sociais, mas também adota postura firme em operações militares. Defensor de políticas de segurança rígidas, ele é criticado por abusos cometidos por forças do Estado.
Apesar disso, o governo afirma que a taxa de homicídios caiu de 47 para 38 por 100 mil habitantes entre 2023 e 2024. Ainda assim, o índice permanece o mais alto da América Latina.
Disputa com tons autoritários e polarização política para presidente do Equador
Ambos os candidatos trocaram acusações de manipulação durante o processo eleitoral. Enquanto observadores internacionais não encontraram indícios de fraude, o CNE reforçou que alegações sem provas comprometem a democracia.
Noboa mantém uma relação próxima com os Estados Unidos e já manifestou apoio à instalação de bases militares estrangeiras no território equatoriano.