Brasil, 8 de abril de 2025
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Inflação deve ficar acima da meta em 2025, dizem bancos

Uma pesquisa revela que 90% dos bancos esperam inflação acima de 4,5% em 2025; a situação econômica é preocupante.
Febraban reforça que as projeções podem sofrer novas revisões ao longo do ano. Foto: reprodução

Uma nova pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta segunda-feira (7/4), revela que a maioria dos bancos (90%) prevê que a inflação encerrará 2025 acima do teto da meta estabelecida, que é de 4,50%. A pesquisa, que faz parte da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, consultou 21 instituições financeiras entre os dias 25 e 31 de março.

A inflação em fevereiro e suas causas

Os dados mostram que os preços de bens e serviços no país subiram 1,31% em fevereiro, a maior taxa para o mês desde 2003. Esse aumento foi diretamente afetado pelo aumento de 16,80% nas tarifas de energia elétrica residencial, resultado do fim do Bônus de Itaipu, que proporcionava um desconto significativo nas contas de luz. Outro fator notável foi a alta de 4,7% nos preços da educação, impulsionada pelo início do ano letivo, que impactou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,28 ponto percentual.

A meta para a inflação em 2025 está fixada em 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, o que estabelece um teto de 4,5% e um piso de 1,5%. O IPCA referente ao mês de março será divulgado nesta sexta-feira (11/4).

Expectativas do mercado financeiro

A pesquisa também revela que, de maneira semelhante ao relatório Focus, que reúne dados sobre expectativas econômicas do mercado financeiro, as projeções de inflação permanecem elevadas no setor bancário. No Focus, as estimativas indicam que a inflação medida pelo IPCA fechou 2025 em torno de 5,65% e que 71,4% dos bancos acreditam que o índice pode variar em torno de 5,5%, enquanto 19% preveem um resultado próximo ou superior a 6%.

Atualmente, o Brasil acumula uma inflação de 5,06%, em desacordo com o teto da meta para este ano. Em fevereiro, o IPCA alcançou uma alta de 1,31%, a maior taxa registrada em 22 anos.

Perspectivas e possíveis medidas tributárias

A divergência entre as expectativas do mercado e o centro da meta inflacionária, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), evidencia um cenário econômico desafiador. A partir deste ano, a meta de inflação passa a ser contínua, o que significa que o índice será monitorado mensalmente.

Se o IPCA acumulado em 12 meses ultrapassar o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta será considerada não cumprida, obrigando o Banco Central a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando sobre esse descumprimento.

Com o fracasso em manter a meta em 2024, as autoridades financeiras enfrentam a perspectiva preocupante de novo descumprimento em 2025, com o Banco Central prevendo um possível estouro da meta já em junho deste ano.

Outros destaques econômicos

Juros e PIB

De acordo com a pesquisa, 85,7% dos participantes julgaram a comunicação do Copom adequada durante a última reunião, que ocorreu nos dias 18 e 19 de março, e que decidiu, por unânimidade, aumentar a Selic de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano. A ata da reunião indicou que o ciclo de aumento das taxas de juros “não está encerrado”, embora uma nova elevação da Selic “seja de menor magnitude”.

A expectativa para a taxa Selic em junho passou a 15% ao ano, com essa taxa se mantendo até pelo menos novembro. No que diz respeito ao crescimento econômico, 42,9% dos entrevistados acreditam que a desaceleração está de acordo com as previsões, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estimado em cerca de 2%. No entanto, um terço dos bancos acredita que essa desaceleração será mais intensa, prevendo uma expansão abaixo de 2%.

Crédito e inadimplência

Em relação ao crédito, os bancos estimam um crescimento de 8,6% em 2025, um ligeiro aumento em relação à projeção anterior, que era de 8,5%. Essa mudança é atribuída a revisões positivas feitas pelo Banco Central e à existência de um mercado de trabalho aquecido, aliado a novos programas de crédito, como o consignado para trabalhadores do setor privado. Em contrapartida, a projeção de inadimplência aumentou, subindo de 4,6% para 4,7%, superando o dado anterior de janeiro, que era de 4,4%.

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