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Brasil, 14 de abril de 2025
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🌏 Mercados asiáticos despencam após implementação de tarifas dos EUA

Bolsas registram quedas históricas após entrada em vigor de tarifa adicional imposta por Trump; impacto já atinge o Brasil.
Bolsa de Nova York. Foto: Reprodução

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novos contornos nesta sexta-feira, 5 de abril de 2025, com a entrada em vigor de uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações para os EUA. A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump como parte de sua plataforma de campanha, causou pânico nos mercados asiáticos e provocou uma reação em cadeia nas bolsas ao redor do mundo.

A decisão gerou perdas expressivas nas principais praças financeiras da Ásia, alimentando temores de uma recessão global e agravando a aversão ao risco entre investidores.

Bolsas asiáticas têm pior desempenho em décadas

A Bolsa de Hong Kong liderou as quedas, com recuo de 13,2% — a maior desvalorização diária desde a crise financeira de 1997. O índice de Xangai caiu 7,3%, enquanto a Bolsa de Tóquio fechou o dia com perda de 7,8%.

Em outros mercados relevantes da região, Taiwan recuou 9,7% e a Coreia do Sul, 5,6%. A brusca retração reflete a forte dependência das economias asiáticas do comércio com os Estados Unidos, especialmente nos setores de tecnologia, manufatura e exportações de alto valor agregado.

Trump chama impacto de “remédio necessário” e China contra-ataca

A reação da China foi imediata. O governo de Pequim anunciou tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos norte-americanos, ampliando a tensão entre as duas potências. A medida mira setores estratégicos como alimentos, componentes eletrônicos e maquinário industrial.

Donald Trump, por sua vez, afirmou que as quedas nos mercados globais são uma “evidência de que as tarifas estão surtindo o efeito desejado”, e comparou o impacto à aplicação de um “remédio amargo, porém necessário para corrigir desequilíbrios históricos no comércio”.

Ibovespa recua e dólar dispara no Brasil

No Brasil, o reflexo da turbulência global foi imediato. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão com queda de 2,96%, refletindo a aversão dos investidores ao risco. A valorização do dólar também chamou atenção: a moeda norte-americana subiu 3,72%, sendo cotada a R$ 5,8382 — a maior alta diária desde novembro de 2022.

A elevação do dólar tende a pressionar os preços de importados e combustíveis, reacendendo preocupações com a inflação brasileira.

Especialistas alertam para risco de recessão global

Economistas internacionais veem o movimento como perigoso. “Estamos diante de uma guerra tarifária em escala plena. Isso afeta não só o comércio, mas desorganiza cadeias produtivas inteiras”, afirma o analista financeiro Gabriel Tavares.

Para o JPMorgan, a probabilidade de uma recessão global subiu para 60% após a adoção das novas medidas por Washington e Pequim. A falta de clareza sobre uma resolução diplomática agrava ainda mais o cenário.

Governo brasileiro monitora impacto e analisa medidas

Diante do cenário externo adverso, a equipe econômica do governo Lula acompanha os desdobramentos e estuda medidas para mitigar impactos na economia nacional. Entre as ações em avaliação estão o reforço nas reservas cambiais e estímulos ao setor exportador.

O Ministério da Fazenda não descarta ampliar o diálogo com parceiros comerciais asiáticos para compensar possíveis perdas no comércio bilateral com os Estados Unidos ou a China.

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