Brasil, 18 de março de 2025
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Tragédia em Gaza: Cerca de 1 milhão de crianças lutam contra a fome e escassez extrema

A situação crítica em Gaza afeta cerca de 1 milhão de crianças, com escassez de alimentos e água, segundo o Unicef.
A realidade das crianças em Gaza é uma chamada à ação para a comunidade internacional. Foto: Fotos Públicas

Em um cenário alarmante, aproximadamente 1 milhão de crianças lutam contra a fome na Faixa de Gaza e estão sem acesso ao básico para sobreviver, como alimentos e água, conforme relatou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O diretor da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Edouard Beigbeder, recentemente completou uma visita de quatro dias aos territórios palestinos, mergulhando na difícil realidade vivida pela população.

crianças lutam contra a fome
Criança resgatada em meio aos ataques. Foto: Fotos Públicas

Situação crítica – Crianças lutam contra a fome

A visita de Beigbeder trouxe à tona a gravidade da situação na região. “A situação é extremamente preocupante. Algumas crianças vivem com tremendo medo ou ansiedade; outras enfrentam as consequências reais da privação de assistência humanitária, deslocamento, destruição ou morte. Sem a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, cerca de 1 milhão de crianças estão vivendo sem o básico de que precisam para sobreviver, mais uma vez”, alertou o chefe da Unicef.

O bloqueio total imposto por Israel já dura 16 dias, e estima-se que cerca de 95% da população de 2,1 milhões de habitantes esteja enfrentando algum nível de fome. Desse total, 344 mil palestinos se encontram em situação de fome extrema, conforme dados do Painel IPC, organização que mede a fome global.

Durante sua visita, Beigbeder também verificou as instalações de dessalinização de água em Khan Younis, no sul de Gaza, apoiadas pela Unicef. Ele constatou que a falta de eletricidade, cortada por Israel, está privando milhares de crianças do acesso à água potável. “A única instalação que recebeu eletricidade desde novembro de 2024 foi desconectada. Agora, ela está funcionando com apenas 13% de sua capacidade”, lamentou Beigbeder.

Crianças buscam abrigo enquanto tentam escapar das ofensivas. Foto: Fotos Públicas

Desafios na saúde infantil

Além da escassez de alimentos e água, Beigbeder trouxe à luz questões críticas relacionadas à saúde. Há apenas algumas dezenas de quilômetros de Gaza, mais de 180 mil doses de vacinas infantis estão bloqueadas, aguardando liberação por Israel. “É o suficiente para vacinar e proteger completamente 60 mil crianças menores de 2 anos, além de 20 ventiladores que salvam vidas para unidades de terapia intensiva neonatal”, afirmou.

O diretor-regional do Unicef denunciou que atualmente, 4.000 recém-nascidos em Gaza estão sem assistência médica. “Vidas são perdidas todos os dias por falta de acesso a ventiladores neonatais”, reiterou Beigbeder, destacando a urgência em garantir a entrada desses suprimentos que podem salvar vidas. Segundo ele, é fundamental que as necessidades essenciais dos civis sejam atendidas, conforme preconiza o direito humanitário internacional.

Tensão na Cisjordânia

Na Cisjordânia, a situação das crianças também é alarmante. O Unicef estima que 2,3 milhões de crianças palestinas estão sendo afetadas pelo conflito. Desde o dia 7 de outubro de 2023, cerca de 40 mil palestinos foram expulsos de suas casas, impactando gravemente a educação, que está fortemente interrompida para quase 12 mil crianças devido aos deslocamentos populacionais.

Beigbeder enfatizou que as crianças na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, enfrentam constantes bloqueios de estradas e a falta de material escolar, o que agrava ainda mais a situação educacional desfavorável.

crianças lutam contra a fome
Abrigos improvisados surgem entre a destruição e os escombros. Foto: Fotos Públicas

Negociações do cessar-fogo

O bloqueio à entrada de ajuda humanitária foi intensificado por Israel após o término da primeira fase do cessar-fogo, que ocorreu entre 19 de janeiro e 1º de março. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu responsabiliza o Hamas pela falta de acordo em relação ao plano proposto pelos Estados Unidos para a libertação de reféns israelenses.

No entanto, o Hamas sinalizou que está disposto a continuar as negociações, solicitando a manutenção dos compromissos da fase anterior, que incluíam a entrada de ajuda humanitária na região. “Ao apertar o cerco e impedir a entrada de suprimentos essenciais, a ocupação está mirando diretamente nas populações mais vulneráveis, como doentes, idosos, crianças e pessoas com deficiência”, afirmou o Hamas.

Em meio a esse cenário, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou que durante a primeira fase do cessar-fogo, foram entregues mais de 40 mil toneladas de alimentos, um feito que agora corre o risco de ser revertido com o fechamento das passagens de fronteira. “Esses ganhos de segurança alimentar duramente conquistados estão agora em risco”, alertou a organização.

A realidade das crianças em Gaza é uma chamada à ação para a comunidade internacional, que deve mobilizar esforços para garantir o acesso à ajuda humanitária e proteger aqueles que mais necessitam.

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