Brasil, 14 de março de 2025
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Taxa de juros bancários sobe para 42,3% ao ano em janeiro

A taxa média de juros cobrada pelos bancos no Brasil atinge 42,3% ao ano, o maior índice em 16 meses.
Economia brasileira. Foto: Acervo Diário

O cenário econômico brasileiro apresenta um novo desafio para consumidores e empresas. Em janeiro de 2025, a taxa média de juros cobrados pelos bancos em operações de crédito subiu para 42,3% ao ano, representando um incremento de 1,6 ponto percentual em relação ao mês anterior. Este valor é o mais alto observado desde setembro de 2024, quando a taxa estava em 42,5% ao ano. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (13).

Aumento da taxa básica Selic

O aumento na taxa de juros bancários está intrinsecamente ligado ao crescimento da taxa Selic, atualmente estabelecida em 13,25% ao ano, a mais elevada do mundo. O Banco Central explica que a taxa média foi calculada com base em recursos livres, excluindo setores como habitação e crédito rural.

As estatísticas revelam que a taxa média de juros nas operações com pessoas jurídicas escalou de 21,7% em dezembro de 2024 para 24,2% em janeiro de 2025, refletindo o maior nível desde janeiro de 2023. Por outro lado, as operações de crédito destinadas a pessoas físicas também apresentaram um aumento, passando de 53,1% ao ano para 53,9% no mesmo período.

Cheque especial e cartão de crédito

Os dados também revelam uma combinação preocupante de altas nas taxas de juros em linhas de crédito populares. No cheque especial, a taxa aumentou ligeiramente de 134,8% ao ano, em dezembro, para 135,1% ao ano em janeiro. Enquanto isso, a taxa média do cartão de crédito rotativo caiu de 451,8% para 445,6% ao ano, uma redução de seis pontos percentuais. Apesar dessa queda, essa linha de crédito continua a ser uma das mais caras do mercado.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) introduziu novas diretrizes em janeiro de 2025, limitando o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. Agora, a dívida total não pode exceder 100% da dívida original, uma medida que visa proteger os consumidores. No entanto, o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) não é incluído nesse cálculo.

Crédito bancário segue estável

De acordo com o Banco Central, o volume total de crédito bancário permaneceu estável em janeiro, somando R$ 6,46 trilhões. O crescimento de 1,2% na carteira de crédito às pessoas físicas, resultando em um total de R$ 4 trilhões, foi contrabalançado pela redução de 1,8% no saldo das pessoas jurídicas, que atingiu R$ 2,5 trilhões.

Entre os destaques, o crédito livre às famílias apresentou um incremento de 1,4% no mês de janeiro e um expressivo crescimento de 12,7% em doze meses. As categorias que mais cresceram foram: crédito pessoal não consignado (2,6%), financiamento para aquisição de veículos (2%) e crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,3%). O cartão de crédito rotativo também teve um aumento de 6,7% em janeiro.

Inadimplência em ascensão

Outro aspecto preocupante é o aumento na taxa de inadimplência. Dados do Banco Central indicam que a taxa média de inadimplência nas operações de crédito avançou de 2,9% para 3,2% em janeiro, o maior índice desde maio de 2024. Para as pessoas físicas, a inadimplência subiu de 3,5% em dezembro para 3,8% em janeiro, marcando o maior patamar desde outubro de 2023. No setor empresarial, a taxa também cresceu, passando de 2% para 2,2% no mesmo período.

Esses dados apontam para uma realidade alarmante, onde o aumento das taxas de juros e a escalada da inadimplência podem gerar um ciclo vicioso, afetando tanto o consumo quanto a saúde financeira de empresas e cidadãos brasileiros. A compreensão desses fatores se torna fundamental para que consumidores e gestores se preparem para os desafios financeiros que podem surgir nos próximos meses.

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