O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebeu neste domingo (2) em Londres o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, e outros líderes ocidentais para uma cúpula estratégica. O encontro ocorre em um momento de tensão, após uma polêmica reunião entre Zelenskiy e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que colocou em dúvida o apoio americano à Ucrânia.
A crise entre Trump e Zelenskiy
A reunião entre Trump e Zelenskiy, realizada recentemente na Casa Branca, gerou um clima de incerteza. Trump criticou o presidente ucraniano por considerar que ele não demonstrou suficiente gratidão pela ajuda financeira enviada pelos EUA. Em resposta, Trump sugeriu que poderia rever o apoio militar a Kiev, o que intensificou as preocupações entre os aliados europeus.
Após o encontro conturbado, Zelenskiy seguiu para Londres, onde foi recebido com apoio declarado por Starmer. Durante o fim de semana, o premiê britânico também manteve conversas com Trump e líderes europeus, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron. Seu objetivo é articular uma “coalizão dos dispostos” para garantir que a Europa fortaleça sua capacidade de resposta e apoio à Ucrânia, independentemente das posições dos EUA.
O impacto da cúpula de Londres
A reunião em Londres pode ser decisiva para redefinir o papel da Europa no apoio à Ucrânia e nas negociações de paz. Starmer enfatizou a necessidade de um esforço coordenado entre os aliados e alertou que a Europa precisa agir com mais rapidez e autonomia na defesa de Kiev. Reino Unido e França já se movimentam nesse sentido, enviando tropas de manutenção da paz e discutindo um plano estratégico para a região.
O premiê britânico evita confrontar diretamente os EUA, mas ressalta que os europeus não podem depender exclusivamente de Washington. A cúpula, portanto, busca um consenso entre os aliados sobre como manter a assistência militar e diplomática à Ucrânia diante da postura incerta de Trump.
Reações e expectativas
A declaração de Trump gerou reações internacionais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, elogiou a postura do presidente americano e acusou a Europa de prolongar o conflito ao continuar apoiando Zelenskiy. Enquanto isso, Starmer busca reforçar o orçamento militar britânico e ampliar as opções de assistência, incluindo treinamento e suporte adicional para Kiev.
Com o conflito na Ucrânia ultrapassando três anos, a cúpula em Londres representa uma oportunidade de reavaliar estratégias e consolidar um plano de paz sustentável. O desafio dos líderes europeus será demonstrar unidade e compromisso, ao mesmo tempo em que tentam restaurar a confiança entre Kiev e seus principais aliados.
Líderes devem garantir apoio à Ucrânia
O desfecho das conversas entre Starmer, Zelenskiy e outros líderes pode definir os rumos da política de defesa europeia e o futuro do apoio ocidental à Ucrânia. A influência dos EUA segue como um fator-chave, mas o Reino Unido e a França tentam assumir um papel mais ativo na liderança dos esforços de paz e segurança na região.
A cúpula deste domingo não apenas reafirma o compromisso da Europa com a Ucrânia, mas também busca fortalecer as relações transatlânticas em um cenário geopolítico cada vez mais desafiador. O encontro pode marcar um novo capítulo na diplomacia internacional e na luta pela estabilidade na região.
O primeiro-ministro britânico se reúne com Zelenskiy e líderes europeus para discutir um plano de paz e responder à crise com os EUA.