As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) sofreram uma queda expressiva nesta quinta-feira, superando 6% nas negociações da B3, em um dia marcado pela instabilidade do mercado. Com a perda de R$ 27 bilhões em valor de mercado, a companhia viu seu valor despencar de R$ 516 bilhões para R$ 489 bilhões.
Desempenho das ações no mercado
Na tarde de ontem, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3), que possuem direito a voto, chegaram a registrar uma queda de 6,11%, com o preço por ação alcançando R$ 39,01. Já os papéis preferenciais (PETR4), que não têm direito a voto, foram vendidos a R$ 36,08, apresentando uma queda de 4,9%. Ambas as classes de ações figuravam entre as mais negociadas no Ibovespa, o principal índice da B3, o que demonstra a preocupação dos investidores com os resultados divulgados.
Impacto dos resultados financeiros
O movimento de queda das ações foi reflexo das perdas enfrentadas pela empresa em 2024, que viu seu lucro líquido despencar 70,6%, somando apenas R$ 36,6 bilhões. Essa cifra ficou bem abaixo das expectativas do mercado, que previa um lucro em torno de R$ 70 bilhões. A divulgação dos resultados, realizada na quarta-feira, teve uma repercussão negativa imediata, com as ADRs (recibos de ações) da Petrobras caindo mais de 7% no pré-mercado de Nova York e 5% na bolsa da Alemanha, o que agrava a situação da estatal no exterior.
Reações ao desempenho financeiro
No quarto trimestre de 2024, a Petrobras enfrentou um prejuízo de R$ 17,044 bilhões, em contraste com um lucro de R$ 31,043 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Embora a empresa tenha anunciado a distribuição de R$ 73,9 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio referentes ao ano de 2024, a percepção do mercado foi negativa, refletindo a insatisfação com os resultados apurados.
Causas da deterioração financeira
Magda Chambriard, que está no comando da Petrobras, atribuiu a deterioração dos resultados a uma série de fatores externos, incluindo a redução do preço do petróleo e a diminuição das margens internacionais do setor de refino. Além disso, a empresa enfrentou uma redução de 3,8% na produção total devido a paradas para manutenção em campos do pré-sal e ao declínio natural de suas operações em campos do pós-sal, o que teve um impacto direto nas receitas da companhia.
Expectativas futuras e dividendos anunciados
Neste cenário desafiador, a Petrobras mantém o compromisso com o pagamento de dividendos, que deve beneficiar o governo, uma vez que cerca de 30% desse valor flui para a administração pública. A expectativa agora é como a gestão da empresa irá se adaptar aos novos desafios do cenário econômico e se conseguirá retomar a confiança dos investidores. A distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos no quarto trimestre de 2024 foi uma tentativa de manter o interesse dos acionistas em um momento delicado.
O futuro da Petrobras permanece incerto, e a movimentação de suas ações nas bolsas, tanto em território brasileiro quanto no exterior, será um termômetro importante para a saúde financeira da empresa nos meses que virão. As variáveis externas e internas continuarão a impactar as decisões da estatal e a confiança do mercado.