Brasil, 19 de abril de 2025
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Doença misteriosa causa 60 mortes na República Democrática do Congo, alerta OMS.

Uma doença desconhecida já causou 60 mortes e mais de mil casos registrados na República Democrática do Congo, segundo a OMS.
Foto: Divulgação

Um surto de uma doença misteriosa na República Democrática do Congo (RDC) tem gerado grande preocupação, uma vez que o número de mortes chega a 60 e os casos diagnosticados atingem a marca de 1.096. Segundo informações divulgadas na última quinta-feira pelo escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, um alarmante fato chamar a atenção: cerca de metade das vítimas fatais morreram em até 48 horas após o início dos sintomas.

A natureza do surto e os sintomas apresentados

De acordo com a OMS, a intensificação da vigilância de doenças levou à identificação destes casos em Basankusu e Bolomba, regiões afetadas do país. Os sintomas relatados incluem febre, dores de cabeça, calafrios, sudorese, rigidez na nuca, dores musculares, dor nas articulações, coriza, tosse, vômito e diarreia. A situação é gravemente preocupante, pois a maioria das mortes se concentra entre crianças menores de cinco anos, destacando a ameaça que essa doença representa para a saúde pública.

Investigação e descartar possíveis causas

A OMS enviou uma equipe especializada à região para investigar a origem do surto. Embora os testes iniciais tenham descartado os vírus Ebola e Marburg, conhecidos por sua letalidade, a suspeita permanece com relação a outras enfermidades. Cerca de 54,1% das 571 amostras analisadas testaram positivo para malária, no entanto, a OMS ressalta que essa é uma condição comum na região. “A causa definitiva da doença em ambos os surtos permanece indeterminada”, afirma o boletim da organização.

A OMS planeja realizar mais testes para investigar meningite e analisará amostras de alimentos, água e do meio ambiente, visando detectar a possível fonte de contaminação. Para isso, o material foi encaminhado ao Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica (INRB) localizado na capital, Kinshasa.

A situação nas vilas afetadas

Os surtos foram identificados em duas vilas, Boloko e Bomate, localizadas a cerca de 100 km de distância uma da outra, ambas na província de Équateur. A comunicação entre as vilas é limitada, sendo feita apenas por estradas ou pelo rio Congo. Os primeiros casos surgiram na vila de Boloko, onde três crianças menores de cinco anos morreram após consumirem um morcego, entre os dias 10 e 13 de janeiro. A partir do final de janeiro, um novo grupo de casos foi associado à vila de Bomate, contabilizando até 15 de fevereiro um total de 419 casos e 45 mortes, com sintomas semelhantes aos do surto inicial.

Reação internacional e incertezas sobre a doença

Com a rápida expansão do surto, a OMS alerta que investigações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais estão sendo realizadas para elucidar a causa da doença e das mortes. Michael Head, pesquisador sênior em Saúde Global da Universidade de Southampton, enfatiza a incerteza em torno do surto e a possibilidade de que ocorram eventos semelhantes globalmente.

Reforçando a necessidade de cautela, Paul Hunter, professor de Medicina da Universidade de East Anglia, relembra um surto similar que ocorreu no final do último ano na RDC. Naquela ocasião, os testes confirmaram que se tratava de casos de malária exacerbados por desnutrição, levantando preocupações sobre a interrelação entre saúde e nutrição nos surtos atuais.

À medida que os testes continuam a ser realizados, é possível que novos patógenos sejam confirmados. Contudo, a OMS e especialistas reiteram que até o momento, a causa do surto continua sem esclarecimento, e os resultados exigem investigação mais profunda. O mundo observa atentamente enquanto a OMS e as autoridades de saúde trabalham para controlar essa situação alarmante.

Com a preocupação crescente em torno da saúde pública no Congo, a comunidade internacional aguarda por novidades sobre a investigação, na esperança de encontrar uma solução para este surto devastador.

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