Uma nova descoberta arqueológica em Pompeia está lançando luz sobre os costumes e rituais religiosos da Roma Antiga. Arqueólogos desenterraram um fresco de Pompeia quase em tamanho real, com pinturas ligadas ao culto de Baco, o deus do vinho e da fertilidade. A pintura foi encontrada em um amplo salão de banquetes, em meio a uma escavação que já revelou mais de 50 ambientes na cidade soterrada pelo Vesúvio em 79 d.C.
Descoberta arqueológica revela pintura monumental em Pompeia
A arqueóloga Sophie Hay, do Parque Arqueológico de Pompeia, destacou a grandiosidade do achado:
“É um salão impressionante, onde o fresco se estende de parede a parede, retratando cenas de iniciação ao culto de Baco.”
A descoberta reforça a importância das festividades dionisíacas na sociedade romana e amplia o conhecimento sobre as práticas religiosas e sociais da época.

Uma obra-prima da arte romana
O fresco de Pompeia apresenta uma composição artística sofisticada, com personagens em movimento, entre eles dançarinos, sátiros e músicos tocando flauta. A pintura cria um efeito de profundidade e realismo, levando especialistas a refletirem sobre a percepção artística da época.
Para Hay, a riqueza dos detalhes revela um aspecto curioso:
“Existe uma ambiguidade entre as estátuas pintadas e a ação real dos personagens, o que levanta questões sobre a relação entre arte e realidade na Roma Antiga.”
Datada do século I a.C., a obra pertence ao segundo estilo da pintura romana. No momento da erupção do Vesúvio, em 79 d.C., o fresco já tinha mais de cem anos, o que reforça sua raridade e o estado excepcional de preservação.

Comparação com outras descobertas
A nova pintura tem sido comparada com a famosa Villa dos Mistérios, uma das mais icônicas de Pompeia. No entanto, este fresco de Pompeia traz elementos inéditos, como mulheres caçadoras e cenas de consumo de carne crua, sugerindo que diferentes grupos cultuavam Baco de formas variadas.
A descoberta também contribui para a compreensão do papel da arte na sociedade romana. Além de decorar ambientes luxuosos, pinturas como essa serviam como registro visual das práticas culturais da elite pompeiana.
O que mais pode ser descoberto em Pompeia?
A escavação faz parte de um esforço contínuo para remover o material vulcânico que ainda cobre parte da cidade. Segundo especialistas, cerca de um terço de Pompeia permanece soterrado, o que significa que novas descobertas podem surgir nos próximos anos.

Cada nova revelação ajuda a aprofundar o conhecimento sobre a vida cotidiana na Roma Antiga. Para os arqueólogos, preservar esses frescos e estudar seus detalhes são passos essenciais para reconstruir a história dessa civilização.
A descoberta desse fresco de Pompeia demonstra a riqueza cultural e histórica da cidade soterrada pelo Vesúvio. A pintura, além de fornecer informações valiosas sobre as crenças e festividades romanas, também destaca a sofisticação artística da época. Com as escavações em andamento, o local continua surpreendendo pesquisadores e revelando novas peças do quebra-cabeça da Roma Antiga.
🏛️ Vesúvio congelou Pompeia no tempo
No dia 24 de agosto de 79 d.C., a cidade de Pompeia foi tragicamente soterrada pela erupção do Monte Vesúvio, um dos vulcões mais ativos da Itália. A catástrofe aconteceu de forma repentina, cobrindo ruas, casas e templos com uma espessa camada de cinzas e pedra-pomes, preservando a cidade romana quase intacta por séculos.
Fundada no século VI a.C., Pompeia era uma próspera cidade do Império Romano, conhecida por seu comércio, arquitetura sofisticada e intensa vida cultural. Com cerca de 15 mil habitantes, abrigava banhos públicos, teatros, mercados e luxuosas vilas decoradas com afrescos exuberantes – muitos dos quais ainda impressionam arqueólogos e historiadores.
O soterramento repentino impediu que a cidade fosse saqueada ou destruída por invasores ao longo dos séculos, tornando-a um dos mais valiosos sítios arqueológicos do mundo. As escavações iniciadas no século XVIII revelaram casas, corpos fossilizados em posição de fuga e inúmeros objetos do cotidiano, oferecendo um raro vislumbre da vida romana.
Hoje, Pompeia é um Patrimônio Mundial da UNESCO e segue fascinando pesquisadores com novas descobertas. Cada escavação revela mais sobre os costumes, crenças e a arte dessa sociedade, eternizada pela tragédia, mas preservada na história.

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