A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), fez fortes críticas à revista britânica The Economist, que recentemente se manifestou contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Em um desabafo realizado nesta quarta-feira (31), Gleisi destacou que as preocupações da revista estão ligadas ao crescimento econômico do Brasil e à resistência de Lula em seguir os “mandamentos do mercado”.
A defesa de Lula e o temor da revista
Em sua manifestação, Gleisi apontou que o verdadeiro risco que a reeleição de Lula representa para a The Economist não está relacionado à idade do presidente, como mencionado pela publicação, mas sim ao “crescimento do Brasil”. Ela argumenta que o avanço do país, sob a liderança do atual governo, causa apreensão em instituições que preferem um Brasil submisso às regras de mercado.
“O verdadeiro risco que a reeleição do presidente Lula representa para a The Economist nunca foi a idade de um líder cheio de vitalidade e que cuida muito bem da saúde. O que eles temem é a continuação de um governo que retomou o crescimento do Brasil e não tem medo de enfrentar a injustiça tributária e social”, escreveu a ministra em sua conta no X.
A revista britânica criticou a saúde de Lula ao mencionar suas cirurgias recentes, inclusive um procedimento para estancar uma hemorragia interna em 2024. Contudo, Gleisi reitera que a saúde do presidente nunca foi um problema e nega que esse seja um argumento válido para questionar sua reeleição.
Crescimento econômico e políticas sociais
Outra crítica feita pela The Economist diz respeito às propostas econômicas do governo, que a revista considera desfavoráveis ao setor empresarial. Gleisi rebateu esse ponto, defendendo que as políticas de auxílio aos mais pobres são essenciais e que o foco em medidas de arrecadação que priorizam o povo é fundamental para o crescimento do Brasil.
“A revista do sistema financeiro global, dos que fazem fortunas sem produzir nada, prefere que o Brasil volte a ser submetido aos mandamentos do ‘mercado’, abandonando as políticas públicas voltadas para o povo, o crescimento do emprego, dos salários e da renda das famílias”, afirmou.
O papel da mídia e interesses políticos
Gleisi ainda enfatizou que a revista não busca o bem do Brasil ao sugerir que a direita brasileira deveria apoiar um candidato mais moderado, como Tarcísio de Freitas, em detrimento de figures ligadas à extrema direita, como Flávio Bolsonaro. Para a ministra, essa atitude reflete os interesses econômicos da elite e não os do povo brasileiro.
Ao final de sua mensagem, Gleisi reiterou que as preocupações da The Economist estão longe de representar os interesses da população que, segundo ela, se beneficia das políticas sociais implementadas pelo governo.
A voz do Partido dos Trabalhadores
Edinho Silva, presidente do Partido dos Trabalhadores, também se manifestou sobre o tema, reiterando as críticas ao argumento da revista britânica. Para ele, a preocupação com a idade de Lula é apenas uma tentativa de desqualificá-lo em um cenário onde a falta de argumentos concretos prevalece.
“Quando falta argumento político, sobra preconceito. Quando falta dado, inventa-se narrativa. Eles tentam desqualificar o presidente Lula com base na idade e com falsas premissas e esquecem de dizer que o país está com o menor desemprego da história, a maior renda média da história e com a menor média da inflação”, concluiu Edinho Silva em sua declaração pelo X.
Em meio a esse embate, fica evidente que a relação entre o governo brasileiro e algumas instituições de mídia internacionais continua a ser um ponto de tensão, fundamental para entendermos o atual cenário político e econômico do Brasil nas vésperas das eleições de 2026.


