Brasil, 31 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

China restringe importações de carne bovina de Brasil e Argentina

A China anunciou nesta quarta-feira (31) a implementação de cotas para as importações de carne bovina de fornecedores como Brasil, Argentina, Uruguai e Nova Zelândia, em uma tentativa de proteger sua indústria doméstica. As cotas entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2026 e serão acompanhadas de tarifas de até 55% para volumes que ultrapassarem os limites estabelecidos pelos órgãos chineses.

Regras e limites das cotas na restrição às importações de carne bovina

Segundo o Ministério do Comércio da China, as cotas totais para todas as origens aumentarão gradualmente, de 2,69 milhões de toneladas em 2026 para 2,74 milhões em 2027 e 2,8 milhões de toneladas em 2028. Importadores de países como Brasil e Argentina terão direito a enviar volumes alinhados à sua participação de mercado, enquanto países menores, como Mongólia, Coreia do Sul e Tailândia, ficarão isentos dessas restrições.

Impacto na relação com os principais fornecedores

O Brasil, maior exportador de carne bovina para a China, receberá uma cota de pouco mais de 1 milhão de toneladas por ano, enquanto os Estados Unidos terão limites fixados em 164 mil toneladas em 2026, com aumento progressivo nos anos seguintes. Ainda assim, as medidas podem afetar negativamente os exportadores estrangeiros, especialmente no contexto de uma forte demanda chinesa.

Contexto e repercussões do aumento das restrições comerciais

As medidas comerciais tiveram origem em uma investigação iniciada em dezembro de 2024, e buscariam conter a crescente pressão da oferta abundante de carne bovina, que contribuiu para uma redução nos preços atacadistas desde o início de 2024, atingindo o nível mais baixo desde 2019. Atualmente, a China importa cerca de 2,6 milhões de toneladas de carne bovina por ano, de acordo com dados alfandegários.

O Conselho da Indústria de Carnes da Austrália declarou estar “extremamente decepcionado” com as novas regras, ressaltando que a restrição poderá reduzir em cerca de um terço as exportações australianas para o mercado chinês, que movimenta mais de A$ 1 bilhão (cerca de US$ 668 milhões). Segundo Tim Ryan, diretor-executivo da AMIC, as importações australianas não foram responsáveis pelos danos ao setor de carne bovina na China.

Reações globais e possíveis efeitos futuros

Além da Austrália, outros países como Uruguai, Tailândia e Coreia do Sul podem sentir o impacto das mudanças, enquanto que para consumidores fora da China, a medida pode aliviar os preços que dispararam recentemente devido ao forte consumo e às limitações na oferta global. Nos Estados Unidos, o maior mercado de carne vermelha do mundo, as dificuldades de equilibrar a produção e a demanda continuam, com o mercado enfrentando altos custos.

Especialistas destacam que a política chinesa pode influenciar o comércio mundial de carne bovina nos próximos anos, sobretudo em um momento de crescente tensão comercial entre a China e os Estados Unidos, que também avaliam tarifas adicionais devido ao desequilíbrio nas relações comerciais internacionais, conforme alerta do presidente francês Emmanuel Macron. Para mais detalhes, acesse o fonte oficial.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes