Ao iniciar o novo ano de 2026, o Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist, Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, fez uma profunda reflexão sobre a importância da paz e da unidade em sua mensagem. Na solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, celebrada no primeiro dia do ano, ele destacou como a intercessão da Virgem Maria pode ajudar a curar as feridas do Brasil e a costurar as divisões presentes na sociedade moderna.
A importância da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
O Cardeal ressaltou que a festa da Mãe de Deus vai além de uma simples homenagem; ela é fundamental para compreender a dualidade do nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo que Ele é ao mesmo tempo Deus e Homem. O Concílio de Éfeso, realizado no século V, declarou Maria como Theotokos, ou “Portadora de Deus”, reafirmando a unidade da natureza divina e humana de Cristo.
Na liturgia do dia, São Paulo nos lembra que, com a vinda de Jesus ao mundo, a natureza divina e humana se uniram de forma indissolúvel. Esta união hipostática é um aspecto essencial da fé cristã e a chave para a nossa salvação. O porquê é claro: Cristo, sendo plenamente humano, pode se identificar com a humanidade caída, enquanto sua plena divindade garante o poder de redimir.
Unidade em tempos de polarização
O Cardeal fez uma crítica ao cenário atual do Brasil, onde a polarização ideológica, política e social tem se intensificado, levando a um clima de divisão e ódio em vez de harmonia. Ele enfatizou que a verdadeira unidade não ignora as diferenças, mas as respeita e as utiliza para construir uma nação mais solidária.
A perspectiva cristológica de Cristo – onde a divindade e a humanidade coexistem sem confusão – deve servir como um modelo em nosso contexto social. Tempesta argumenta que, ao invés de ver as divergências como enemigas, elas devem ser encaradas como oportunidades para promover diálogos construtivos e soluções conjuntas.
Paz como um imperativo de fé
Em sua mensagem, o Cardeal também fez um apelo à paz, especialmente no contexto do Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro. Ele frisou a necessidade de cultivar um ambiente em que a dignidade humana seja respeitada e que a convivência pacífica seja uma prioridade. Ele observa que o Rio de Janeiro, cidade que carrega uma dualidade de beleza e violência, anseia por esta paz.
Tempesta, ao mencionar a Bênção Sacerdotal do Livro dos Números, invocou esta bênção não apenas sobre indivíduos, mas sobre comunidades inteiras, ressaltando que a paz é a presença ativa da justiça. A paz não é simplesmente a ausência de conflito, mas a presença de ações que promovem respeito e dignidade para todos.
A pedagogia do silêncio e da contemplação
Por fim, o Cardeal cita o Evangelho de Lucas, onde Maria, após a visita dos pastores, guardava todas as coisas e as meditava em seu coração. Ele destaca a importância da contemplação e do silêncio em um mundo repleto de barulho e pressa. A intercessão de Maria, segundo ele, é um convite a tomarmos atitudes de paz e respeito, começando por cultivar um coração pacificado.
Desejando a todos um ano de graça e paz, o Cardeal Orani João Tempesta conclui sua mensagem convocando os brasileiros a olharem para o outro com empatia, reconhecendo o próximo como um irmão que compartilha da mesma humanidade que Cristo assumiu. Que o novo ano seja um tempo de construção de pontes de tolerância, paz e misericórdia.
Para ler a mensagem completa do Cardeal Orani, acesse o [link aqui](https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2025-12/mae-verbo-unidade-projeto-paz-para-2026.html).

