A febre da inteligência artificial transformou jovens empreendedores em bilionários, impulsionados pelo crescimento explosivo de suas startups nos últimos anos. Enquanto nomes consagrados como Jensen Huang da Nvidia e Sam Altman, da OpenAI, já aumentaram significativamente sua riqueza, uma nova turma de fundadores emergiu no cenário do Vale do Silício, com potencial de se tornar influente no setor tecnológico.
O perfil dos novos bilionários da IA
Entre os protagonistas estão Alexandr Wang e Lucy Guo, fundadores da Scale AI, que recebeu um investimento de US$ 14,3 bilhões da Meta em junho. A startup de rotulagem de dados está avaliada em cerca de US$ 20 bilhões, segundo dados da PitchBook, e ambos têm menos de 40 anos. Wang, de 28 anos, foi escolhido por Mark Zuckerberg para liderar a área de inteligência artificial na Meta, reforçando o impacto de jovens talentos no setor.
Outro exemplo é a Cursor, avaliada em US$ 27 bilhões na rodada mais recente, cuja equipe fundadora inclui Michael Truell, de 25 anos, e seus colegas de MIT, Sualeh Asif, Aman Sanger e Arvid Lunnemark. A empresa, que trabalha com IA para programação, fez sua avaliação disparar após uma rodada de financiamento de US$ 2,3 bilhões no mês passado.
Jovens e com pouco tempo no mercado
Os novos bilionários, na maioria, têm menos de 40 anos. Brendan Foody, de 22 anos, fundador da Mercor — avaliada em US$ 10 bilhões —, abandonou a faculdade para criar seu negócio com amigos de escola. Truell, Guo e outros jovens fundadores se destacam pelo rápido crescimento de suas empresas, impulsionado por avaliações altíssimas e investimentos de peso de gigantes como Meta e outras instituições de risco.
Apesar da riqueza expressiva, alguns empresários ressaltam que tudo é, na maior parte, no papel. Winston Weinberg, fundador da Harvey, uma startup de IA com sede em São Francisco, afirmou: “Sim, claro que são bilhões, mas é só no papel.” A valorização rápida de suas empresas ocorreu especialmente neste ano, com diversas rodadas de captação de recursos.
Perspectivas e desafios
Especialistas alertam que esse momento é similar ao boom das empresas pontocom na década de 1990, onde muitas fortunas foram feitas rapidamente, mas nem todas permaneceram sólidas. Jai Das, sócio da Sapphire Ventures, comparou os jovens talentos da IA aos barões ferroviários do século XIX, destacando o potencial de riqueza passageira se as promessas das startups não se concretizarem.
Por outro lado, o destaque para jovens fundadores de IA reflete uma mudança geracional na cultura do Vale do Silício, onde a juventude e a inovação caminham de mãos dadas. Enquanto alguns preferem viver de forma modesta, o impacto das novas startups na economia global promete continuar crescendo, potencializando ainda mais a riqueza de seus criadores.
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