O ano de 2025 foi marcado por uma surpreendente valorização dos ativos brasileiros, com o Ibovespa atingindo seu melhor desempenho desde 2016, mesmo com a taxa básica de juros, a SELIC, em 15% ao ano. O índice fechou o ano aos 161 mil pontos, registrando uma alta de 33,95%, enquanto o dólar comercial recuou 11%, cotado a R$ 5,48 no fechamento de dezembro.
Fatores internos e externos impulsionaram as ações brasileiras
De acordo com analistas, o crescimento ocorreu devido a uma combinação de fatores internos e externos. A desaceleração econômica nos Estados Unidos, aliada às políticas de redução de juros do Federal Reserve (Fed), iniciou em setembro de 2025 e seguiu em 2026, tornando o investimento em ativos de risco mais atraente. Segundo especialistas, essa mudança de cenário estimulou a diversificação de carteiras de investidores internacionais para países emergentes, como o Brasil.
Repercussões no mercado de commodities e moedas
O ouro foi o grande destaque de 2025, acumulando uma valorização de 66%, cotado a US$ 4.352,60 a onça troy. A busca por segurança aumentou após a remodelação da economia americana sob Donald Trump, levando bancos centrais globais a reduzir a exposição aos títulos americanos e aumentar suas reservas em ouro, explica Mauriciano Cavalcante, diretor da Ourominas. Mais sobre esse movimento.
Já o Bitcoin, que chegou a US$ 126 mil em outubro, terminou o ano com uma leve desvalorização, sendo negociado abaixo de US$ 90 mil. O vice-presidente de negócios cripto do MercadoBitcoin, Fabrício Tota, aponta que a correção após a forte valorização do ano passado foi um dos motivos. Ainda assim, ele acredita que regulações futuras podem impulsionar o ativo digital.
Perspectivas para 2026 e estratégias de investimento
Segundo analistas, o cenário para 2026 é de estabilidade nas taxas de juros, com a Selic ainda em patamares restritivos, embora em queda gradual. A planejadora financeira do C6 Bank, Larissa Frias, recomenda diversificação e cautela diante da volatilidade provocada pelo processo eleitoral no Brasil, que deve gerar oscilações significativas no mercado.
Especialistas destacam que, apesar de um ciclo de juros altos, o retorno da poupança, de aproximadamente 8,26%, perdeu atratividade em comparação a títulos de renda fixa atrelados à inflação, que oferecem ganhos reais acima de 7% a cinco anos. Com isso, o Tesouro Direto passará a oferecer negociações 24 horas, inclusive aos fins de semana, e a possibilidade de fundos atrelados à Selic.
Risco, oportunidades e o futuro da economia brasileira
Os mercados também tiveram um ano de turbulências, especialmente as bolsas americanas, que oscilaram por conta da guerra comercial de Trump com a China e do tarifazo. Ainda assim, fecharam 2025 com valorização semelhante à de 2024. O mercado de trabalho brasileiro deu sinais positivos, com a taxa de desemprego caindo para 5,2% em novembro, o menor da série histórica.
O investimento em ouro seguiu seu papel de porto seguro, impulsionado pela redução na confiança em títulos americanos e pelo aumento da reserva de bancos centrais globais na commodity. O ouro, por sua vez, alcançou sua máxima histórica em 2025.
Quanto às criptomoedas, embora o Bitcoin tenha sofrido uma correção, a expectativa é de que o setor continue fortalecido com novas regulamentações e entrada de investidores tradicionais. Já os fundos de renda fixa, principalmente os públicos, permanecem como opções seguras e atrativas para o cenário atualizado.
De acordo com o diretor da Warren Investimentos, Frederico Nobre, o mercado de tecnologia, especialmente empresas de inteligência artificial, pode passar por turbulências devido à alta de preços excessivos, exigindo atenção dos investidores. Ainda assim, o cenário global favorável ao mercado de ações e a manutenção de posições de longo prazo representam boas oportunidades para quem deseja conquistar resultados sustentáveis.
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