Brasil, 14 de março de 2025
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Censo 2022: Apenas 18,4% dos brasileiros têm ensino superior completo

O Nordeste tem a menor taxa de graduados, enquanto mulheres e negros avançaram na educação.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O percentual de brasileiros com 25 anos ou mais que concluíram o ensino superior cresceu 2,7 vezes entre 2000 e 2022, passando de 6,8% para 18,4%, de acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quarta-feira (26/2). Ao mesmo tempo, a parcela da população sem instrução ou que não concluiu o ensino fundamental caiu de 63,2% para 35,2%.

O crescimento no acesso à educação superior reflete investimentos e políticas públicas voltadas para a ampliação do ensino, como o Fies, ProUni e a expansão das universidades federais. No entanto, os dados ainda mostram grandes desigualdades regionais, raciais e de gênero no acesso à graduação.

Desigualdade regional no acesso à educação

A região Centro-Oeste apresentou o maior percentual de pessoas com ensino superior completo, com 21,8% da população adulta graduada. Por outro lado, o Nordeste registrou o menor índice, com apenas 13% dos adultos tendo concluído a graduação.

A desigualdade também é evidente no nível mais baixo da escolaridade. Enquanto 44,6% dos nordestinos não concluíram o ensino fundamental, no Sudeste esse percentual é de 30%. Essa disparidade pode ser explicada por diferenças históricas e socioeconômicas, já que estados do Nordeste enfrentam desafios estruturais maiores para a ampliação da educação.

População negra avança, mas desigualdade ainda é grande

O acesso da população preta e parda ao ensino superior aumentou de forma expressiva, mas ainda está longe de alcançar os níveis da população branca. Entre os pretos, a proporção de graduados cresceu de 2,1% para 11,7% entre 2000 e 2022, um aumento de 5,8 vezes. Entre os pardos, o índice subiu de 2,4% para 12,3%, um avanço de 5,2 vezes.

Já entre os brancos, o percentual de formados subiu de 9,9% para 25,8%, um crescimento de 2,6 vezes. Mesmo com o progresso da população negra no ensino superior, a taxa de brancos graduados ainda é mais que o dobro da registrada entre pretos e pardos.

O grupo com maior nível de escolaridade no Brasil é o das pessoas amarelas. Entre eles, 44,1% possuem ensino superior completo, enquanto apenas 17,6% não concluíram o ensino fundamental – a menor proporção entre todas as classificações raciais analisadas.

Mulheres superam homens no ensino superior

O levantamento do IBGE também revelou que as mulheres têm maior nível de instrução que os homens. Entre elas, 20,7% concluíram o ensino superior, enquanto entre os homens esse índice é de 15,8%.

Esse resultado reforça uma tendência observada nos últimos anos: as mulheres estão dominando o ensino superior e avançando em diversas carreiras, embora ainda enfrentem desigualdades salariais e dificuldades para ocupar cargos de liderança no mercado de trabalho.

Áreas mais populares e desigualdades por profissão

Os cursos superiores com mais formados no Brasil em 2022 foram:

  • Gestão e administração – 4,1 milhões de graduados.
  • Formação de professores – 3,1 milhões.
  • Direito – 2,5 milhões.

A desigualdade racial também se reflete em algumas profissões. Em cursos como medicina, economia e odontologia, mais de 75% dos formados são brancos, enquanto pretos e pardos representam cerca de 22%.

Já em cursos como serviço social, teologia e formação de professores, a distribuição é mais equilibrada. No curso de serviço social, por exemplo, 52% dos formados são negros, enquanto 47,2% são brancos.

O Censo 2022 revela um avanço significativo na educação superior no Brasil, mas também reforça as desigualdades regionais, raciais e de gênero. Enquanto o número de pessoas com ensino superior aumentou, a disparidade entre brancos e negros, homens e mulheres, além das diferenças entre regiões do país, ainda são desafios a serem superados.

Para que esse crescimento seja mais inclusivo, políticas educacionais voltadas para a redução dessas desigualdades são fundamentais, garantindo que todas as camadas da população tenham acesso a uma formação universitária de qualidade e melhores oportunidades no mercado de trabalho.


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