A revista britânica The Economist publicou um editorial nesta terça-feira afirmando que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não deveria concorrer à reeleição no próximo ano. O veículo internacional defende que o Brasil “merece escolhas melhores”, apesar de ter demonstrado a resiliência das instituições democráticas em 2025. A crítica se concentra na idade do presidente, que completou 80 anos em outubro.
A idade como fator decisivo para a reeleição
O principal argumento apresentado pela publicação é a relação entre a idade de Lula e a capacidade de liderar o país nos próximos quatro anos. A Economist afirma que “apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso no poder por mais quatro anos. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”, destacando a vulnerabilidade que pode vir com o envelhecimento.
Críticas às políticas econômicas e falta de adversários
Além das preocupações sobre a idade de Lula, o editorial também traz críticas às políticas econômicas do governo petista. A revista aponta que, apesar das questões enfrentadas pela gestão atual, o presidente Lula “não tem adversários sérios no centro ou na esquerda” que poderiam desafiá-lo na corrida pelo Planalto. Essa análise levanta um ponto interessante sobre a polarização política do Brasil, onde candidatos alternativos parecem escassos.
Apoio de Bolsonaro e possíveis substitutos
A Economist ainda critica a escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoiou o senador Flávio Bolsonaro como pré-candidato à presidência. No texto, é mencionado que “Flávio é impopular, ineficaz e quase certamente perderia uma disputa contra Lula”. Com isso, a revista sugere que seria crucial que os partidos de direita encontrassem uma alternativa viável para a eleição.
Entre os nomes possíveis, a revista menciona o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como o candidato mais proeminente. Segundo a análise, “Tarcísio deveria ter a coragem de se lançar na disputa”. A revista destaca que, ao contrário dos Bolsonaros, ele é considerado uma figura ponderada e democrática.
Uma alternativa viável para o Brasil
O editorial conclui com um apelo para que as legendas de direita se unam em torno de um candidato que possa superar a polarização que marcou os anos de Lula e Bolsonaro. “Se forem sábios, abandonarão Flávio e se unirão em torno de um candidato capaz de superar a polarização dos anos Lula-Bolsonaro. Uma figura de centro-direita que reduza a burocracia, mas não as florestas tropicais, que seja rigorosa com o crime, mas não desrespeite as liberdades civis, e que respeite o Estado de Direito, poderia vencer e governar bem”, diz o texto.
O editorial da The Economist acentua que o Brasil tem muito a perder nas eleições de 2026, alertando que o resultado é preocupantemente incerto. O desafio será encontrar um equilíbrio entre a experiência política e a necessária inovação que o país pede neste momento conturbado de sua história. As próximas semanas devem trazer mais debates e posicionamentos; portanto, a cena política brasileira continua em constante evolução.
O Brasil aguarda por decisões cruciais dos partidos e candidatos, e o público terá que decidir quem realmente merece a confiança para liderar o país nos próximos anos.



