A Meta anunciou a aquisição da startup chinesa Manus, especializada em inteligência artificial (IA), em uma operação avaliada em mais de US$ 2 bilhões, segundo fontes da Bloomberg. A transação, concluída em cerca de dez dias, faz parte da estratégia de Mark Zuckerberg de reduzir a diferença em relação a rivais como OpenAI, Microsoft e Google no setor de IA.
Impacto político e operacional da aquisição
Além de movimentar o mercado de tecnologia, o negócio aumenta as tensões políticas entre os Estados Unidos e a China. A Manus, controlada pela Butterfly Effect — fundada na China e sediada em Cingapura —, teve seus serviços interrompidos em Pequim após o acordo, sinalizando o encerramento de suas operações na China. Segundo um porta-voz da Meta, “não haverá participação acionária chinesa remanescente na Manus após a transação”.
A operação é a terceira maior da Meta até hoje, atrás apenas do WhatsApp e da Scale AI, que a empresa adquiriu por US$ 19 bilhões e até US$ 15 bilhões, respectivamente. “A era pertencente a esta geração de jovens empreendedores chineses chegou”, afirmou Liu Yuan, sócio da ZhenFund, ao WeChat.
Potencial e estratégias da Manus na IA
Desde sua estreia, a Manus ganhou destaque pelo desenvolvimento de agentes autônomos capazes de executar tarefas complexas sem intervenção humana, como triagem de currículos, análise de ações e criação de roteiros de viagem. Segundo a Meta, suas ferramentas também podem realizar pesquisa de mercado e análise de dados.
Empresas interessadas podem assinar os serviços da Manus por valores a partir de US$ 20 mensais, com planos que prometem integrar esses agentes à própria plataforma de IA da Meta. Atualmente, a Meta carece de aplicações construídas sobre seu próprio modelo de IA, enquanto rivais como ChatGPT, Google Gemini e Claude já possuem ecossistemas mais robustos, afirmaram analistas da Bloomberg Intelligence.
Movimentos de recuperação e competição no setor de IA
Com a aquisição, a Meta busca acelerar sua presença no mercado de IA empresarial, cuja receita anualizada da Manus neste ano foi de US$ 125 milhões. Além disso, o negócio ocorre em um momento de forte competição global, com empreendedores chineses de modelos de código aberto avançando rapidamente e se tornando altamente competitivos, destacou Li Chengdong, do think tank Haitun, ao Financial Times.
O investimento marca também uma resposta aos criticados setores mais duros em Washington, que alegam que a compra viola regras de investimento em IA chinesa. A iniciativa reforça o compromisso de Zuckerberg de priorizar a inteligência artificial e investir bilhões na contratação de pesquisadores, construção de data centers e desenvolvimento de modelos avançados.
Segundo fontes, investidores tradicionais da Manus, como Tencent, ZhenFund e HSG, serão absorvidos na operação, consolidando a estratégia da Meta de ampliar sua infraestrutura e capacidades em IA.
Perspectivas futuras
Com a aquisição da Manus, a Meta consolida sua posição estratégicas na IA, ao mesmo tempo em que participa de um cenário internacional complexo e cada vez mais competitivo. A expectativa é que, nos próximos anos, o investimento na área traga avanços tecnológicos que possam transformar o uso de inteligência artificial tanto no mercado corporativo quanto no cotidiano dos consumidores.
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