O ouro teve uma valorização de 66% em 2025, atingindo o maior desempenho anual desde 1979, impulsionado por medidas protecionistas nos Estados Unidos e incertezas geopolíticas. Segundo a agência Bloomberg, essa foi a maior alta em 46 anos, reforçando o papel do ouro como porto seguro para investidores neste cenário.
O impulso externo e a busca por segurança
Uma das principais razões para a disparada do ouro foi a adoção de medidas protecionistas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que geraram incerteza econômica e uma saída de investimentos globais do mercado norte-americano. “Isso mexeu muito com a apreensão dos investidores e motivou a busca por um porto seguro para se defender dessa instabilidade”, afirma Mauriciano Cavalcante, diretor da Ourominas.
Resposta dos bancos centrais e alta na demanda
Nessa busca por proteção, bancos centrais ao redor do mundo reduziram a exposição aos títulos do Tesouro dos EUA — antes considerados os investimentos mais seguros mundialmente — e passaram a aumentar as compras de ouro. O Banco Central Chinês destacou-se como um grande comprador, elevando a demanda pelo metal e elevando seus preços.
Em 2025, o Banco Central do Brasil aumentou em 33% suas reservas em ouro, chegando a 5,54 milhões de onças troy, enquanto suas reservas totais em dólar cresceram 114%, totalizando US$ 23,3 bilhões. Segundo Mauriciano, esse movimento deve continuar, com previsão de o ouro atingir US$ 5 mil em 2026, o que representaria uma valorização adicional de cerca de 13%.
Investimentos acessíveis e diversificados em ouro
O especialista explica que há diferentes formas de investir em ouro além da compra física de joias ou armazenamento caseiro. Atualmente, é possível adquirir ouro por aplicativos, que oferecem liquidez e facilidade na compra e venda, ou investir em ETFs listados na Bolsa, que acompanham a cotação do metal sem necessidade de aquisição física.
“Hoje, temos opções acessíveis e seguras, como fundos negociados em bolsa, além do ouro físico em joias ou em cofres”, destaca Mauriciano. Ele também menciona que a cotação da prata superou US$ 75 pela primeira vez, refletindo as tensões geopolíticas e econômicas globais.
Perspectivas para 2026 e fatores de risco
Embora o ano de 2025 tenha sido excepcional, analistas do banco Citi, Maximilian Layton e Kenny Hy, alertam que a alta do ouro em 2026 depende de fatores como a persistência das tensões internacionais e a saúde da economia americana. “Para que o ouro continue a subir, o Federal Reserve precisaria perder sua independência, e economias globais enfrentarem desaceleração significativa”, avaliam.
Mesmo assim, especialistas acreditam que as tensões geopolíticas e a instabilidade econômica global mantêm o ouro como uma opção de proteção, podendo impulsionar sua cotação ainda mais no próximo ano.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa.
