Em sua primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Leão XIV aborda questões fundamentais da convivência humana, propondo um caminho que vai além dos conflitos que assolam o planeta. Intitulada “A paz esteja com todos vós. Rumo a uma paz desarmada e desarmante”, a mensagem foi publicada no dia 18 de dezembro de 2025 e apresenta uma reflexão profunda sobre a antropologia cristã aplicada à atualidade.
A busca pela verdadeira paz
Ao celebrarmos o Ano Novo na liturgia da Igreja, a mensagem do pontífice é um convite a revisitar as bases da convivência, lembrando que a verdadeira paz está longe de ser apenas a ausência de guerra. O Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, destaca que a paz deve ser “desarmada” e “desarmante”, um binômio que desafia nossas percepções sobre segurança e convivência social.
Em um mundo onde a segurança se baseia na dissuasão e na força, o Papa nos lembra da kénosis de Cristo, que se fez vulnerável ao se encarnar como uma criança. Essa “paz desarmada”, representada pelo presépio, confronta a “paz armada” sustentada pelo medo e pela ameaça. O Santo Padre nos alerta que essa forma de paz é ilusória e consome recursos que deveriam ser investidos no desenvolvimento humano, na saúde e na educação.
O apelo à segurança social
AMensagem do Papa é especialmente relevante em contextos como o do Rio de Janeiro, onde a violência e a insegurança são uma realidade cotidiana. O Cardeal destacou que a proposta de uma paz desarmada é um reconhecimento de que a resposta à violência não pode ser a força bruta. “A segurança não se constrói apenas com policiamento”, defendeu Tempesta, enfatizando a necessidade de um desarmamento que comece pela educação, pela justiça social e pela promoção das oportunidades.
A crise da violência na cidade é marcada por tragédias e perdas cotidianas. “Não podemos ler a mensagem de Leão XIV como uma abstração distante”, ressalta o Cardeal. É fundamental compreender que a construção da paz deve começar em nossos lares e bairros, promovendo uma cultura de paz que resgata vidas e valoriza a convivência.
A força da paz desarmante
O Papa Leão XIV introduz também a ideia da “paz desarmante”, que possui um caráter transformador e construtivo. A bondade, a verdade e a beleza são armas poderosas para desarmar a agressividade e a hostilidade. O ato de oferecer a outra face, segundo o Pontífice, é um testemunho de coragem que desafia o ciclo de violência.
Para implementarmos essa receita de paz em nossas comunidades, é essencial que as paróquias e movimentos religiosos sejam espaços de acolhida, onde a violência não tem lugar. Cada ação de caridade, cada projeto social que abrace as crianças em situação de vulnerabilidade representa uma vitória contra o futuro sombrio que a violência propicia.
Desafios contemporâneos e a responsabilidade da Igreja
A mensagem também é um alerta frente aos desafios da era contemporânea, onde a tecnologia pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. O Papa observa que, sem uma ética solidária que guie o uso da inteligência artificial, corremos o risco de amplificar discursos de ódio e intolerância. Por isso, a presença cristã precisa ser atenta e proativa, humanizando as relações e promovendo a empatia em um mundo cada vez mais dividido.
À medida que avançamos para 2026, devemos ser arquitetos de uma paz verdadeira, uma tarefa que começa em nossas práticas diárias. O símbolo do Cristo Redentor, com seus braços abertos sobre o Rio de Janeiro, deve nos inspirar a acolher e a construir um futuro onde a justiça e a paz andem lado a lado.
Conclusão
Por fim, o convite da mensagem é claro: que a paz se inicie em nossos corações e se expanda para nossas comunidades. Que possamos entender que a verdadeira paz exige a coragem de renunciar ao ódio e ao medo em favor do amor e da comunhão. Que a intercessão de Maria, Rainha da Paz, nos guie nesse caminho de construção de uma civilização do amor e da paz.
Para ler a mensagem completa, acesse o link da fonte: Fonte.
