No contexto das celebrações do Dia Mundial da Paz, que ocorre anualmente em 1º de janeiro, a mensagem do cardeal Dominique Joseph Mathieu ganha proporções importantes, principalmente após o recente cessar-fogo na Guerra dos Doze Dias entre Israel e Irã. Em suas declarações, Mathieu alerta que esse fim de hostilidades não garantiu a paz duradoura. Para ele, a questão não é se as hostilidades irão recomeçar, mas sim quando isso acontecerá.
A fragilidade da paz
Em suas palavras, o cardeal destaca que “os beligerantes estão se preparando para o pior” e que, além do conflito militar, a situação interna do Irã também apresenta preocupações. O governo iraniano tem sido acusado de repressão e encarceramento, especialmente contra minorias religiosas. Recentemente, cinco cristãos receberam penas severas por praticarem sua fé, e o número de execuções no país dobrou em comparação com o ano anterior, segundo a ONG Iran Human Rights.
A definição de paz
Mathieu enfatiza que a paz vai além da simples ausência de guerra. Ele descreve a verdadeira paz como algo que deve ser cultivado no coração humano, destacando a necessidade de um desarmamento que não seja somente uma oposição ao armamento, mas sim um verdadeiro compromisso com a convivência pacífica. Ao refletir sobre os conceitos hebraico ‘shalom’ e árabe ‘salam’, ele define a paz como uma vida plena e realizada, que envolve saúde, integridade e bem-estar.
A origem do conceito de paz é explorada quando o cardeal menciona a narrativa de Gênesis, onde Deus contempla Sua criação e a declara “muito boa”. Essa paz perfeita, segundo Mathieu, representa o estado ideal que a humanidade sempre desejou alcançar, mesmo após a transgressão do pecado original que perturbou essa harmonia.
O chamado à união
Durante as celebrações do Dia Mundial da Paz, Mathieu convoca todos a invocarem a benção de Deus para promover a harmonia em suas vidas. Ele cita que a paz deve ir além de um conceito abstrato e ser uma força ativa, que permeia comunidades e corações. “Que a paz seja real em nossos corações, em nossas comunidades e em nosso mundo”, implora o cardeal.
A mensagem de Mathieu não é apenas uma reflexão sobre as tensões atuais, mas um chamado espiritual que ressoa através do tempo. Ele nos lembra de que a verdadeira paz é uma busca constante, requerendo esforços coletivos e individuais, e que é essencial não perder de vista as necessidades espirituais e sociais que geram conflitos.
A importância da paz nas relações internacionais
Com o mundo cada vez mais conectado, a discussão sobre paz se torna vital, especialmente em regiões que têm enfrentado guerras prolongadas e tensões políticas. O cardeal alerta que a narrativa da militarização, muitas vezes promovida por políticas públicas e periódicos internacionais, pode gerar um clima de medo que apenas alimenta mais violência e divisão.
Por outro lado, a busca por soluções pacíficas, o diálogo e o entendimento mútuo emergem como alternativas viáveis. As palavras de Mathieu ecoam em um momento em que as comunidades globais estão sob a pressão de crises políticas, sociais e ambientais. O chamado à paz deve ser uma prioridade em agenda internacional.
Reflexões finais
Enquanto o mundo se prepara para o próximo Dia Mundial da Paz, as reflexões do cardeal Mathieu nos desafiam a olhar além dos conflitos imediatos e a trabalhar por um futuro onde a verdadeira paz seja mais do que um ideal distante. Que seja um objetivo tangível, e que, como ele conclui, “sejam sentidas em nossas palavras, em nossas ações e em nossas vidas”.
Em tempos de incerteza, a mensagem de esperança e perseverança do cardeal Dominique Joseph Mathieu posiciona a paz não como um estado passivo, mas como uma condição ativa que nos convida a agir e a nos unir em nome de um futuro melhor.
