As estatais federais acumularam um déficit de R$ 6,3 bilhões de janeiro a novembro deste ano, conforme dados do Banco Central (BC) divulgados nesta terça-feira (30). Este é o pior resultado para o período desde o início da avaliação, em 2009, quando a metodologia foi ajustada para excluir grandes empresas como Petrobras e Eletrobras.
R$ 6,3 bilhões de déficit no ano
De acordo com o Banco Central, o saldo negativo das empresas públicas federais atingiu o recorde, superando o déficit de R$ 6 bilhões registrado até novembro de 2022. Em 2021, o resultado foi superavitário em R$ 3,2 bilhões, enquanto em 2022 houve um superávit de R$ 4,5 bilhões. A mudança na trajetória do saldo reflete um aumento nos investimentos e uma crise específica em empresas como os Correios.
Crise dos Correios e necessidade de recursos
Na segunda-feira (29), o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, anunciou que a empresa precisará de mais R$ 8 bilhões em 2026 para enfrentar a crise financeira. Durante uma entrevista, Rondon destacou que a captação desses recursos ainda está em análise, podendo ocorrer por meio de aportes do Tesouro Nacional ou de um novo empréstimo.
Empréstimos e reestruturação financeira
Recentemente, os Correios contrataram um empréstimo de R$ 12 bilhões para quitar dívidas e reforçar o caixa, uma redução em relação à proposta inicial de R$ 20 bilhões, que foi veto pelo Tesouro por causa das altas taxas de juros. O presidente da estatal afirmou que a busca por recursos é fundamental para a continuidade das operações e para o plano de reestruturação previsto para os próximos anos.
Impacto na saúde financeira das estatais
Analistas apontam que o aumento dos investimentos, sobretudo em um cenário de crise, contribuiu para o agravamento dos resultados negativos das estatais federais. O governo justificou o déficit crescente com a elevação do gasto em projetos de expansão e modernização das empresas públicas.
Segundo informações do Banco Central, o resultado negativo deve impulsionar discussões sobre a necessidade de ajustes na gestão das estatais e possíveis reformas para equilibrar as contas públicas. A crise dos Correios, em particular, evidencia a vulnerabilidade financeira de uma das empresas públicas mais tradicionais do país.
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