O início de ano para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete ser desafiador, especialmente com a possibilidade da saída de Ricardo Lewandowski do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Este ministério é crucial para Lula em sua busca por reeleição, e a escolha de um novo titular pode impactar significativamente a gestão da segurança pública, um tema que vem gerando amplos debates e promessas de campanha.
A possível saída de Lewandowski
Lewandowski manifestou seu desejo de deixar o cargo em uma conversa com Lula no último dia 23, no aeroporto de Congonhas. Ele alegou que já cumpriu sua missão na pasta. O presidente ouviu atentamente e garantiu que sua decisão não abalará a amizade entre eles, mas pediu um pouco de tempo para encontrar um substituto adequado. Segundo aliados próximos, a expectativa é que Lula defina o novo ministro rapidamente, logo após seu retorno do período de descanso.
Entretanto, integrantes do governo expressam ceticismo sobre essa rapidez, já que Lula é conhecido por adiar decisões desse tipo. Enquanto isso, o debate interno sobre a divisão do Ministério da Justiça e a criação de um novo Ministério da Segurança Pública continua, refletindo a urgência e a complexidade do cenário de segurança no Brasil.
Divisão do ministério: uma promessa de campanha
A criação de uma estrutura específica dedicada à segurança pública faz parte das promessas de campanha de Lula. Essa mudança visa intensificar o combate ao crime organizado, um tema que ressoa fortemente entre eleitores e representa um desafio constante para o governo do PT. Embora haja apoio para a criação dessa nova pasta, uma ala do Planalto teme a conveniência de implementar a mudança a menos de um ano das eleições.
Lula tem afirmado publicamente que a nova estrutura será criada, caso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre Segurança Pública seja aprovada pelo Congresso. Há, no entanto, a possibilidade de que essa inovação seja deixada para um eventual novo mandato, caso Lula garanta a reeleição.
Quem será o sucessor?
Se a saída de Lewandowski se concretizar, nomes como Vinicius de Carvalho, atual ministro da Controladoria Geral da União (CGU), e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foram mencionados como possíveis substitutos. Carvalho ganhou destaque ao lidar com investigações de fraudes no INSS e, segundo aliados, ele não tem manifestado interesse em mudar de pasta neste momento.
Por outro lado, aliados de Pacheco afirmam que ele não está disposto a assumir o cargo, uma vez que não vê incentivos claros para essa mudança. Recentemente, a relação entre o Planalto e o Senado se tensionou após Lula optar por indicar outro nome para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, gerando ressentimentos que podem influenciar futuras articulações.
Desafios políticos e possíveis candidatos
O desafio de escolher um novo titular para a pasta da Justiça não é apenas uma questão de nomes, mas também de estratégia política. A resistência em nomear um delegado para liderar o novo Ministério da Segurança Pública, se criado, é preocupante. Há temores de que essa escolha possa intensificar a tensão com o Legislativo, especialmente porque a Polícia Federal tem conduzido investigações que envolvem parlamentares.
Em meio a essa instabilidade, Lewandowski, por sua vez, parece estar em busca de um descanso e retorna ao trabalho no dia 8 de janeiro, quando participará de um ato em memória da tentativa de golpe e invasão das sedes dos Poderes ocorrida há três anos. Aliados afirmam que ele está cansado, mas acredita que um breve recesso o deixará mais revigorado.
O que o futuro reserva?
No cenário atual, a escolha do sucessor de Lewandowski e a decisão sobre a divisão do ministério permanecem em aberto, mas com implicações significativas na estratégia de Lula para as próximas eleições. A segurança pública continua sendo um tema sensível e crucial, e qualquer decisão tomada pode impactar não só a administração federal, mas também a percepção do eleitorado em um ano eleitoral decisivo.
Com a situação em constante evolução, será necessário acompanhar de perto as movimentações políticas e as decisões que Lula tomará nas próximas semanas.


