Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Correios anunciam reestruturação para reverter déficit de R$ 4 bilhões

Os Correios, tradicional estatal brasileira, divulgou nesta segunda-feira (29), o ambicioso plano de reestruturação que promete transformar a companhia nos próximos anos. Com um déficit estrutural alarmante de R$ 4 bilhões, a reestruturação será realizada em três etapas e visa a modernização da empresa, preparando-a para um novo modelo de negócio.

Detalhes do plano de reestruturação

O plano será implementado entre 2026 e 2027 e foi apresentado pelo presidente da companhia, Emmanoel Rondon, durante uma coletiva de imprensa em Brasília. As ações incluem a redução do quadro de funcionários em 15 mil através de um novo plano de demissão voluntária, o fechamento de cerca de mil unidades e a busca por parcerias com a iniciativa privada.

“É essencial preparar a companhia para um novo rito, dentro de um novo modelo de negócio, promovendo sua modernização e garantindo sustentabilidade a médio e longo prazo”, afirmou Rondon. Segundo ele, 90% das despesas da estatal são fixas, das quais 62% são referentes a custos trabalhistas.

Rondon destacou que o objetivo do plano é buscar a redução de custos em até R$ 4,2 bilhões por ano. “Precisamos urgentemente de ações que vão permear todas as fases do plano de recuperação”, completou.

Primeira fase: recuperação de liquidez

A primeira fase do plano foca na recuperação da liquidez da empresa, iniciando com um empréstimo de R$ 12 bilhões feito com cinco instituições financeiras, entre elas Bradesco, Itaú e Banco do Brasil. Esses recursos ajudarão a saldar compromissos em atraso, incluindo salários e dívidas acumuladas.

O presidente informou que o empréstimo deve ser integralmente depositado até o início de janeiro, e que a criação de uma governança própria será essencial para guiar as etapas seguintes do processo de reestruturação. Metas de produtividade também serão implementadas a partir de janeiro de 2026.

Desafios financeiros enfrentados

  • Desde setembro, quando Rondon assumiu a presidência, ele tem trabalhado na liberação de crédito para resolver as pendências financeiras da estatal.
  • Até setembro deste ano, os Correios acumularam um prejuízo de R$ 6,1 bilhões, quase três vezes maior que o mesmo período do ano anterior.
  • A situação fiscal da estatal vem se agravando, com perdas contínuas desde 2023 e uma receita total diminuindo.

Segunda fase: modernização e demissões

Entre as ações previstas para a segunda fase da reestruturação, que acontecerá entre 2026 e 2027, destaca-se o programa de demissão que deverá resultar em 10 mil desligamentos em 2026 e outros 5 mil no ano seguinte. O plano também inclui o fechamento de cerca de mil unidades, revisões de cargos e a ampliação de parcerias com o setor privado.

Com essas medidas, espera-se um impacto no ganho anual que pode chegar a R$ 7,4 bilhões. Apenas o programa de demissão voluntária gerará uma economia de R$ 2,1 bilhões.

Terceira fase: inovação e novas parcerias

A última etapa do plano, que ocorrerá em 2027, será voltada para a consolidação de um novo modelo de negócios, enfatizando inovação e novas fontes de receita. Para isso, será contratada uma consultoria externa para avaliar ajustes no arranjo societário e adequação ao ambiente logístico contemporâneo.

“Estamos acelerando uma série de parcerias, com expectativa de implementar as mais relevantes até 2026 para gerar um impacto de R$ 1,7 bilhão em 2027”, comentou Rondon.

O plano de reestruturação dos Correios representa uma resposta contundente à crise financeira enfrentada pela companhia, buscando transformar profundamente sua operação e assegurar um futuro sustentável e eficaz.

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