O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua internado no Hospital DF Star, em Brasília, e só deverá receber alta após a virada do ano. Essa informação foi confirmada por médicos na tarde dessa segunda-feira (29/12), após a realização de um novo procedimento cirúrgico que visa o bloqueio do nervo frênico esquerdo, uma intervenção indicada para conter crises persistentes de soluços.
Histórico recente de internações
Bolsonaro está em tratamento desde a véspera de Natal, tendo passado por uma cirurgia em 25 de dezembro para corrigir uma hérnia inguinal bilateral. Na sequência, especificamente no dia 27 de dezembro, o ex-presidente foi submetido a uma segunda intervenção, que consistiu em um bloqueio anestésico do nervo frênico direito, também indicado para controlar os soluços. No entanto, como os sintomas persistiram, os médicos decidiram repetir o procedimento, agora no lado esquerdo, que foi realizado nessa segunda-feira com sucesso.
Entendendo o bloqueio do nervo frênico
O procedimento de bloqueio do nervo frênico envolve a aplicação de anestésico local próximo ao nervo, que é responsável por estimular o diafragma. Essa técnica interrompe temporariamente a função do diafragma, proporcionando alívio. Segundo a equipe médica que acompanha Bolsonaro, o bloqueio é uma forma de radiointervenção, realizado sob anestesia, com efeito que varia de 12 a 18 horas.
Estado de saúde de Bolsonaro
Apesar da recente cirurgia, o ex-presidente não terá alta imediata. Após o procedimento, Bolsonaro apresentou uma crise de hipertensão, mas seu quadro clínico é considerado estável pelos médicos. Em coletiva de imprensa, o cirurgião-geral Cláudio Birolini informou que o ex-presidente deve passar por mais um procedimento, possivelmente uma endoscopia digestiva, entre terça (30/12) e quarta-feira (31/12), com uma expectativa de alta hospitalar a partir de 1º de janeiro.
“Ainda está prevista a realização de uma endoscopia digestiva”, confirmou o médico ao Metrópoles, na coluna do Igor Gadelha.
Contexto judicial da internação
A internação e as cirurgias de Bolsonaro ocorrem em um contexto judicial delicado. Embora tenha recebido autorização para realizar os procedimentos médicos, o ex-presidente ainda cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A defesa de Bolsonaro apresentou o pedido para a cirurgia após exames de ultrassonografia, que identificaram duas hérnias inguinais, recomendando o tratamento cirúrgico como a única solução definitiva. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as cirurgias, mas negou o pedido para a conversão da prisão em regime domiciliar.
Esse contexto revela a complexidade da situação de Bolsonaro, que está detido há quase um mês. Ele foi transferido para o hospital no dia 25 de dezembro, um dia após a liberação das cirurgias. A negativa do pedido de prisão domiciliar foi fundamentada pelo ministro Moraes, que esclareceu que a legislação brasileira prevê esse benefício apenas para condenados em regime aberto, o que não se aplica ao ex-presidente, que enfrenta uma pena de 27 anos e 3 meses relacionada a ações golpistas.
Expectativas para o futuro próximo
Com a necessidade de mais procedimentos e um estado de saúde que demanda atenção constante, a expectativa é que Jair Bolsonaro continue em tratamento hospitalar. Seus apoiadores e a população estão atentos às atualizações sobre sua saúde e ao desdobramento de sua situação legal. O quadro atual apresenta um desfecho que pode impactar seu futuro político e sua imagem pública nos próximos meses.
As informações sobre o estado de saúde do ex-presidente e as próximas etapas de seu tratamento são cruciais para compreender a continuidade de sua trajetória política e sua relação com a sociedade brasileira.

