Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Ibovespa conclui 2025 com alta acima de 30%, maior desde 2016

O Ibovespa encerrou 2025 com uma valorização superior a 30%, após registrar 32 recordes de fechamento ao longo do ano, conforme dados da B3. Caso confirme o desempenho positivo ao final do pregão desta terça-feira (30), o índice terá o maior avanço anual desde 2016, quando atingiu uma alta de 38,9%, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta.

Fatores internos e externos impulsionam o desempenho da bolsa em 2025

Apesar do cenário de juros elevados, com a taxa Selic encerrando o ano em 15% ao ano — o maior patamar em duas décadas — o mercado financeiro brasileiro apresentou resiliência. Analistas atribuem o bom desempenho a uma combinação de fatores, tanto internacionais quanto domésticos.

Influência do cenário internacional

O cenário externo foi um dos principais vetores para a alta do Ibovespa neste ano. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, cortou os juros americanos três vezes, reduzindo a taxa de 4,25-4,50% para 3,50-3,75% ao ano, o menor nível desde setembro de 2022. Essa redução favorece ativos de mercados emergentes, como o Brasil, ao diminuir o rendimento de títulos considerados seguros, como as Treasuries.

De acordo com Lauro Sawamura Kubo, gestor da Patagônia Capital, a crise fiscal dos EUA, evidenciada pela paralisação do governo (shutdown) mais longa da história, aumentou as incertezas e reduziu o apelo das Treasuries como reserva de valor, levando investidores a buscar alternativas em mercados emergentes, especialmente o brasileiro. “Com esse conjunto de fatores, o Brasil passou a receber mais recursos de investidores globais”, explica.

Desempenho de ações brasileiras e o cenário interno

Segundo analistas, ações de empresas sólidas no Brasil estavam negociadas abaixo de seus níveis pré-pandemia, o que despertou o interesse de investidores à procura de oportunidades de retorno. Marcos Praça, da ZERO Markets Brasil, destaca que o pessimismo anterior foi superado por uma visão mais otimista, com o mercado vendo a bolsa brasileira como “uma pechincha”.

A resiliência do país diante das tensões comerciais, como as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, também contribuiu para sustentar o desempenho positivo. Mesmo com tarifas de até 50% e uma lista extensa de exceções, o Brasil conseguiu adaptar suas exportações, mantendo exportações elevadas e anulando as tarifas em novembro, o que ajudou a evitar impactos negativos significativos.

Juros altos e perspectivas para 2026

Embora a taxa Selic esteja em seu nível mais alto em quase 20 anos, a expectativa de redução para 12,25% em 2026, somada ao cenário internacional favorável, estimulou a valorização da bolsa. Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, aponta que o corte dos juros americanos, aliado às condições domésticas, cria oportunidades de investimento e atrai capitais.

Para o mercado, o comportamento do Ibovespa indica que investidores estão focados no médio e longo prazo, considerando uma recuperação sustentada ao longo de cinco anos. Mesmo assim, especialistas alertam para eventuais riscos, como o ambiente político instável e a preocupação com as contas públicas.

Impacto das eleições de 2026 e possíveis cenários futuros

As eleições presidenciais de 2026 podem gerar volatilidade no índice, com exemplos recentes, como a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro, que provocou uma queda de mais de 4% na bolsa e disparo do dólar. Analistas avaliam que a polarização política e o cenário de incerteza sobre ajustes fiscais podem influenciar o mercado ao longo do próximo ano.

Marcosa Praça estima que o Ibovespa possa fechar 2026 entre 170 mil e 200 mil pontos, dependendo do ambiente político e do cenário macroeconômico. Como elucidou Einar Rivero, da Elos Ayta, o índice reflete ciclos econômicos e políticos, com períodos de forte valorização frequentemente seguidos por ajustes profundos, evidenciando a sensibilidade do mercado a esses fatores.

Apesar das incertezas, o otimismo com a recuperação econômica, a expectativa de cortes na Selic e a melhora no cenário internacional contribuem para uma perspectiva positiva para o próximo ano, mesmo com desafios à frente.

Para mais informações, acesse a matéria completa no g1.

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