Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Pode haver investigação sobre atuação de Alexandre de Moraes

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi acionada no último domingo (28) pelo vereador Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba, para investigar a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em defesa dos interesses do Banco Master. Essa solicitação ocorre em um contexto de crescente pressão e investigação sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo membros do Judiciário e instituições bancárias.

Contexto do caso com o Banco Master

Recentemente, o Banco Master tem enfrentado uma série de dilemas financeiros, o que gerou rumores sobre a atuação de Moraes em favor do banco. O pedido de abertura de inquérito será examinado pela equipe do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que foi reconduzido ao cargo neste ano com o apoio de Moraes. Em um contexto similar, um pedido apresentado pelo advogado Enio Martins Murad anteriormente foi arquivado por Gonet, sob a justificativa de que as alegações de pressão de Moraes permaneceram no “campo das suposições”.

A relação de Moraes com o Banco Master

As denúncias contra o ministro têm ganhado força após o blog revelar que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para discutir questões relacionadas ao Banco Master. Essas reuniões ocasionais, que incluem contatos telefonemas e uma reunião presencial, levantaram a preocupação de que o ministro estivesse exercendo uma pressão indevida sobre a instituição.

Em resposta a essa pressão, um grupo de parlamentares da oposição, liderados pelos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto (PL-PB), protocolou um pedido de impeachment contra Moraes no Senado Federal. Kilter argumenta que as ações do ministro vão contra os princípios da separação dos poderes e da ética funcional, configurando uma possível “advocacia administrativa” ao patrocinar interesses privados perante a administração pública.

Contrato da mulher de Moraes com o Banco Master

Uma das questões mais controvérsias envolve o contrato firmado pela advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, com o Banco Master. Esse contrato prevê pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões ao longo de três anos, levantando suspeitas sobre a relação promíscua entre as atividades do ministro e os negócios de sua esposa. O vereador Kilter destacou que a atuação de Moraes como membro do Judiciário é inapropriada, especialmente quando envolve negociações que impactam diretamente interesses financeiros privados.

Gonet, o procurador geral, alegou não ter encontrado qualquer ilicitude no contrato de Viviane, que prevê a organização de “cinco núcleos de atuação conjunta e complementar” em várias instituições, incluindo o Banco Central e a Receita Federal. No entanto, as informações sobre a atuação efetiva de Viviane junto ao Banco Central foram negadas tanto pelo BCE quanto pelo CADE, que afirmaram não possuir registros de envolvimento de sua parte nas questões do banco.

Repercussões e próximos passos

A situação é tensão e gera uma série de desdobramentos no cenário político. Recentemente, novas reportagens revelaram detalhes das reuniões entre Moraes e Galípolo, incluindo múltiplas ligações feitas pelo ministro para discutir a venda do Banco Master ao BRB, que foi eventualmente bloqueada pelo Banco Central. O vereador Kilter enfatizou que essas revelações evidenciam a intensidade da pressão exercida por Moraes em relação à autoridade monetária.

Enquanto a PGR examina o pedido de Kilter, a defesa de Alexandre de Moraes se baseia na afirmação de que as reuniões foram necessárias para tratar das sanções da Lei Magnitsky, políticas que impactam o funcionamento do banco e que foram adotadas durante sua gestão. Moraes nega qualquer ato de pressão e afirma que sempre atuou dentro da legalidade, embora a falta de transparência em suas agendas e contatos tenha alimentado as preocupações públicas.

A crescente controvérsia em torno do caso do Banco Master e as possíveis interações entre o poder judiciário e interesses financeiros seguem em foco, com desfechos ainda incertos à medida que novas informações emergem. A sociedade civil e os agentes políticos continuam a acompanhar o desenrolar das investigações e suas potenciais consequências para o futuro do sistema judiciário brasileiro.

Próximos movimentos no cenário político ficarão sob a análise da imprensa e da opinião pública, uma atenção que pode influenciar a decisão de auditorias mais profundas sobre a atuação de figuras proeminentes no governo.

Em resumo, o pedido de Kilter traz à tona a complexidade da relação entre poder e interesses econômicos no Brasil, fazendo um chamado para uma discussão mais abrangente sobre a ética e a transparência nas ações de servidores públicos e suas conexões com o setor privado.

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